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    Ilan Goldfajn é nome cotado por Paulo Guedes para presidência do BID

    Em busca de apoio internacional para lançar candidato ao cargo, ministro teria citado nome do ex-presidente do BC em conversa com secretária do Tesouro dos EUA

    Mariana Janjácomoda CNN

    em Nova York

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, teria mencionado o nome de Ilan Goldfajn, ex-presidente do Banco Central brasileiro, como possível candidato do Brasil para assumir a presidência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em uma conversa particular com a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, na semana passada, segundo fontes em Washington, nos Estados Unidos.

    Guedes e Yellen se encontraram na capital americana durante compromissos oficiais ligados às reuniões anuais organizadas pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e o Banco Mundial.

    Na sexta-feira (14), Paulo Guedes disse em uma coletiva de imprensa que em um desses encontros “puxou Yellen de lado” e contou a ela quem o Brasil estava cogitando lançar para assumir a presidência do BID – sem revelar o nome da pessoa aos jornalistas que estavam presentes.

    Segundo o ministro, a pessoa indicada pelo Brasil para a presidência do órgão será “um nome respeitado em Washington, com experiência no setor privado e no setor público”.

    Questionado sobre se a candidatura brasileira conseguiria apoio de outros países que fazem parte do BID e atualmente têm governos de ideologias opostas a do Brasil, como Colômbia e Chile, Guedes disse que o candidato também será “alguém que não é radical nem de um lado nem do outro”.

    O Brasil nunca presidiu o BID, banco internacional que visa promover o desenvolvimento e a integração entre países da América Latina e do Caribe. A presidência do órgão foi tema frequente das reuniões bilaterais que o ministro teve durante a semana passada, em Washington. Ele conversou sobre o assunto com ministros da Argentina, do Chile, da Colômbia e da Argentina.

    De acordo com Guedes, o Brasil defende que o mandato de cinco anos na presidência do BID não seja renovável, e que países que já assumiram o posto não possam eleger um presidente novamente antes de o Brasil ocupar o cargo pela primeira vez.

    Em setembro, o então presidente do BID, Maurício Clever-Carone, indicado ao cargo por Donald Trump, foi removido da posição pelo conselho de diretores da instituição depois de uma investigação concluir que o norte-americano violou regras do banco.

    À época, Maurício deu uma entrevista ao canal de TV colombiano NTN24, dizendo que sofreu pressão de Paulo Guedes para aceitar indicações do governo brasileiro para o BID, que ele não aceitou porque não eram pessoas qualificadas. A partir daí, segundo Clever-Carone, o Brasil ficou contra ele. O ministro da economia brasileiro nega as informações, e diz que não chegou a fazer indicações para o norte-americano.

    Para um candidato ser eleito presidente do BID, é preciso ter o apoio dos 26 países membros mutuários mais o Canadá e os Estados Unidos. Cada mandato dura cinco anos.

    Ilan Goldfajn é o atual diretor do hemisfério ocidental no FMI. Ele foi presidente do Banco Central de maio de 2016 a fevereiro de 2019. Goldfajn também trabalhou como economista-chefe no Itaú Unibanco e foi o presidente do Conselho Administrativo do Credit Suisse no Brasil, além de ter servido como consultor para o Banco Mundial e a Organização das Nações Unidas.

    A CNN procurou Ilan para comentar o convite e aguarda posicionamento.