Hotéis buscam reconquistar turistas com novidades e higienização reforçada
Setor deixou de faturar quase R$ 90 bilhões nos últimos três meses por conta da pandemia de coronavírus
A retomada das atividades traz esperança para os empresários do setor hoteleiro em recuperar parte dos prejuízos causados pela pandemia do novo coronavírus. Nos últimos três meses, o segmento deixou de faturar R$ 87,79 bilhões em todo o país e, agora, aposta em novidades para reconquistar os clientes — muitos ainda temerosos com a Covid-19.
Em uma unidade de uma rede hoteleira na capital paulista, o protocolo de segurança é adotado desde a entrada com a medição da temperatura de todos os hóspedes e funcionários. Álcool em gel também foi disponibilizado nas áreas comuns e todos são obrigados a usarem máscaras no local.
A limpeza também foi reforçada com uma equipe inteira dedicada à higienização necessária no estabelecimento para evitar o risco de contágio pela pandemia de Covid-19.
“Nós temos um selo na porta, que basicamente é um lacre, certificando ao cliente que realmente nós tomamos todas as medidas de higienização e limpeza do apartamento conforme protocolos estabelecidos. Esse lacre dá justamente a segurança de que ninguém mais entrou no apartamento a partir do momento em que ele passou por esse processo de higienização”, explicou Klaus Ziller, gerente geral do Hilton, em São Paulo.
Um levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo revelou que os estados do Rio de Janeiro (R$ 12,48 bilhões) e São Paulo (R$ 31,77 bilhões) concentram mais da metade das perdas do setor hoteleiro. A taxa de cancelamento chegou a superar os 90% durante os meses de isolamento social.
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“Toda a cadeia de turismo sentiu muito a queda de demanda. Passado o susto todo, a gente já começa a ver uma pequena movimentação de novo. São viagens regionais, o público local que começa a movimentar de novo a hotelaria”, afirmou Ziller.
Na capital paulista, mais da metade dos hotéis ainda estão fechados. Já os locais que estão abertos, a taxa de ocupação está em apenas 10%. No interior e litoral do estado, o número fica em 20%, que pode ter se elevado por causa do período de férias entre junho e julho.
Para driblar as perdas e continuar atraindo os hóspedes, estabelecimentos fizeram diversas adaptações. Uma unidade da rede Hilton baniu os cardápios em papel nos quartos e os pedidos acontecem somente via celular.
Já outro hotel que tinha academia para uso dos hóspedes, agora oferece uma versão “mini” no próprio quarto com equipamentos de ginástica como bicicleta e bola de pilates, entre outros – tudo higienizado e de uso individual.
(Edição: André Rigue)