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    Home office agrada Faria Lima e retorno é adiado, mesmo com abertura em SP

    Segurança, melhora na satisfação dos funcionários e pouco impacto nos negócios estão entre razões mencionadas por bancos e corretoras

    Juliana Elias, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Diversos bancos, corretoras e empresas da região da avenida Faria Lima, polo de São Paulo que abriga o coração financeiro do país, pegaram gosto pelo trabalho à distância imposto às pressas e de improviso nos últimos dois meses, por conta da pandemia de coronavírus. Em vários casos, eles não estão ainda planejando trazer seus funcionários de volta em massa para os escritórios do entorno da avenida, mesmo que, a partir de próxima segunda-feira, 1º de junho, isso já esteja oficialmente permitido na cidade. 

    Além de preferir a cautela, em um momento em que o número de infecções por coronavírus ainda está acelerando, o mercado financeiro descobriu também que realizar suas atividades à distância fez muito pouca ou nenhuma diferença para o serviço que presta – trata-se de um mundo formado por analistas, consultores de investimentos, gestores de fundos, profissionais de tecnologia e outras tarefas ligadas ao acompanhamento de clientes e dos mercados.

    Conforme anunciado nesta semana pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB), a capital paulista está entre as cidades do estado que poderão reabrir parcialmente suas atividades a partir da próxima semana, após pouco mais de um mês de uma política de quarentena que determinou o fechamento de boa parte dos comércios e serviços.

    De acordo com a decisão, escritórios, atividades imobiliárias, concessionárias de veículos e shoppings centers estão entre as atividades que voltam a poder funcionar na capital, com restrições. O grau de abertura varia de cidade para cidade, de acordo com o estágio da epidemia e dos sistemas de saúde de cada uma.

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    “Estamos revendo nossas políticas e analisando a possibilidade de mudar nossa rotina para trabalho 100% remoto de forma definitiva”, disse, por meio de nota, Amerson Magalhães, diretor de operações da Easynvest, corretora de valores que emprega 500 pessoas em sua sede, na Vila Olímpia. Todas elas passaram a trabalhar de casa nos últimos meses, o que, de acordo com a empresa, teve uma adaptação rápida e sem impacto à produtividade. 

    O retorno continuará não sendo convocado nas próximas semanas. “Iremos aguardar pelo menos mais um mês”, disse Magalhães, “dependendo do cenário, iniciaremos o movimento de retomada do trabalho presencial gradualmente. No primeiro momento, será apenas 30% do time no escritório, com as devidas medidas de proteção.” Fatores como estar em grupos de risco ou abertura da escola dos filhos serão levados em consideração até lá. 

    “Não tivemos nenhum prejuízo em relação à qualidade do atendimento, ao suporte aos clientes e, por isso, devemos manter este esquema”, disse Rodrigo Marcatti, sócio-fundador da Veedha Investimentos, um escritório de agentes autônomos que reúne 50 pessoas em sua sede na rua Joaquim Floriano, no Itaim Bibi. 

    A única limitação, explica, foi com a mesa de análise de renda variável, que depende de sistemas específicos plugados apenas no escritório – o chefe da área mudou-se para a filial em Sorocaba, onde pode ficar isolado, e os demais da equipe se revezam em São Paulo. “Continuaremos assim até que nos sintamos confortáveis em voltar, o importante é zelar pela saúde dos colaboradores”, disse Marcatti.

    Home office o ano todo na XP

    No grupo XP, sediado na Faria Lima, o home office deve passar a ser a regra para os 2,7 mil funcionários até o final deste ano – pelo menos. O anúncio tinha sido feito pouco antes de o governador vir a público para dar as novas diretrizes de isolamento para a cidade. Pesquisas internas feitas pela empresa mostraram que a satisfação tanto dos colaboradores quanto dos clientes melhorou durante os dias de quarentena e home office. 

    “As pessoas terão mais qualidade de vida e poderão trabalhar de onde preferirem, seja no Brasil ou no exterior”, disse, à época, Guilherme Sant’Anna, o sócio da XP responsável pela área de gente e gestão. A ideia, de acordo com ele, é que, com o tempo, o escritório deixe de ser um espaço de trabalho diário, como nos moldes tradicionais, para ser uma espécie de espaço conceito voltado para encontros, treinamentos e reuniões com parceiros e clientes.

    Outra grande empresa do universo financeiro que também adotou o home office em larga escala é o Bradesco. A sede do banco fica em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, onde a reabertura ainda não está sendo iniciada, mas tanto sua corretora, a Ágora, quanto seu braço de investimentos, que se mudou recentemente para um edifício de 17 andares na avenida Juscelino Kubitshcek, estão com as demais no entorno da Faria Lima. 

    “Os escritórios e as áreas de operação do banco continuam funcionando com índice de quase 100% em home office”, afirmou o Bradesco, em nota. “O Bradesco respeitará os protocolos de flexibilização da quarentena pelas autoridades competentes, preservando a segurança de seus funcionários.”

    Procurados, o Santander e o Itaú Unibanco, que têm a sede em São Paulo – e, nos dois casos, estão entre os maiores complexos empresariais da capital –, não responderam à reportagem. 

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