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    Guedes: não me importo se o imposto for feio, desde que crie empregos

    O ministro da Economia voltou atrás e disse que o imposto sobre transações digitais será criado porque é "inaceitável" ter 40 milhões de brasileiros sem emprego

    Anna Russi, , do CNN Brasil Business, em Brasília

    Um dia após afirmar à CNN que “talvez desistisse” da criação de um novo imposto sobre transações digitais, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou atrás e disse que o imposto será criado porque é “inaceitável” ter 40 milhões de brasileiros sem emprego. 

    “Nós fingimos que não vemos isso. Não podemos mais, nós temos o nome deles. Então, eu não me importo se o imposto for feio, contanto que funcione para a criação de empregos”, afirmou durante conversa virtual com economistas da XP Investimentos nesta sexta-feira (16). Questionado se ele de fato ele não desistiu do imposto, o ministro afirmou “de jeito nenhum”. 

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    Em sua fala, o ministro ainda admitiu que deu informação errada à repórter da CNN na última quinta-feira (15) por estar cansado da polêmica e má interpretação sobre a criação do novo tributo.

    “Eu dei uma informação errada ontem, porque é esse sentimento de que eu devia falar com ela. Mas toda vez que eu falo, é a mesma mentira de que eu estou criando uma nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Ao em vez de explicar que é imposto digital e não uma nova CPMF, eu disse ‘olha, eu desisto'”, explicou Guedes. 

    Perguntando se há uma medida sendo estudada para promover um pouso suave para o fim do programa de proteção de empregos, que permite a suspensão de contratos ou redução de jornada e salários, o ministro respondeu “obrigado por apoiar o imposto sobre transações”.

    Segundo ele, a criação de impostos não é uma medida que os liberais gostam. “Só estamos pensando nisso porque há um (imposto) pior operando hoje”, completou. 

    Para Guedes, “é loucura” o Brasil subsidiar capital e onerar o trabalho, por isso a criação do tributo. “Então, tem 40 milhões de pessoas andando pelas ruas e você taxa a criação de novos empregos. É inaceitável. Enquanto as pessoas não surgirem com uma solução melhor, eu prefiro uma segunda melhor que é o imposto”, reforçou. 

    As quatro privatizações 

    O ministro também reconheceu que a agenda das privatizações enfrenta obstáculos e está atrasada. Segundo ele, a demora foi por uma divergência política entre o Executivo e o Legislativo. “Quando anunciei as quatro privatizações em 90 dias, foi depois de uma conversa com todos os lados: ‘sentamos e falamos precisamos de quatro privatizações: Correios, Eletrobrás, PPSA (pré-sal) e Porto de Santos. Mas se passaram os 90 dias e nada aconteceu porque a política aconteceu”, esclareceu o ministro. 

    Ele reforçou, no entanto, que o governo não abandonou o plano, embora muitos achem isso. Guedes citou ainda os cargos nas chefias de bancos e fundos internacionais. “As pessoas não veem, mas estamos movendo. O Brasil está tomando conta da chefia de bancos internacionais para atrair investimento em infraestrutura”, disse. 

    Renda Cidadã ou Bolsa Família 

    Guedes também reforçou que o governo vai honrar o compromisso de limite dos gastos públicos abaixo do teto, ainda que isso implique em não criar o novo programa social do governo. Ele ressaltou que o governo de Bolsonaro não é populista e não sacrificaria a responsabilidade fiscal em detrimento de um novo programa social. 

    “O presidente disse que se não pudermos achar espaço, que não seja populista, para fazer um programa melhor voltaremos para o Bolsa Família. Melhor voltar ao Bolsa do que fazer um movimento maluco e insustentável”, observou. 

    Ainda de acordo com ele, não há “nenhum” plano de estender qualquer programa emergencial para 2021. “A doença está cedendo, e o Brasil está em forma de se recuperar. Precisamos nos responsabilizar pelo nosso Orçamento. Se a doença vier de novo, será uma situação completamente diferente e provamos que sabemos lidar com isso”, argumentou.

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