Guedes muda equipe para tentar estancar pressão por divisão do ministério
Segundo aliados do ministro, ele tenta conter, principalmente, o movimento pela recriação do Ministério do Planejamento
O ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu promover mudanças em postos estratégicos de sua equipe para, entre outros objetivos, tentar estancar a pressão de parlamentares do Centrão e de colegas do próprio governo por um desmembramento da superpasta que comanda.
Segundo aliados do ministro, ele tenta conter, principalmente, o movimento pela recriação do Ministério do Planejamento, cujas funções estão hoje no Ministério da Economia. O Centrão e integrantes da ala política do governo querem o cargo para indicar um senador.
Fontes do Palácio do Planalto admitem que a pressão pela recriação do Ministério do Planejamento é forte e que o movimento teria crescido nos últimos dias. Guedes, porém, já deixou claro ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que não aceita o fatiamento de sua pasta.
Para tentar reduzir essa pressão, o chefe da equipe econômica decidiu mudar o secretário especial da Fazenda. Saiu Waldery Rodrigues, que acumulou desgaste com Bolsonaro e com o Congresso, e entrou Bruno Funchal, que ocupava o cargo de secretário do Tesouro.
Em novembro, Bolsonaro ameaçou dar um “cartão vermelho” em Waldery, após o agora ex-secretário propor o congelamento de aposentadorias para bancar um novo programa social. Guedes, porém, conseguiu segurar o auxiliar.
Em discurso na noite desta terça-feira (27), o ministro afirmou que as conversas sobre a saída de Waldery Rodrigues aconteciam “há dois ou três meses” e que, a partir de agora, ele será seu assessor especial e continua na equipe econômica.
“Isso não é uma demissão. Não tem um ministro demitindo alguém leal, sério, responsável. Foram tantos combates juntos. O que está acontecendo é um remanejamento na equipe, justamente para facilitar negociações com Congresso, Executivo, ministérios, é um desgaste natural”, disse.