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    Guedes fala em liberar R$ 1 bi para Educação e defende voucher no lugar do Fies

    O ministro da Economia participou nesta terça-feira (1º) de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados

    Anna Russi, da CNN, em Brasília

     

    Paulo Guedes (imagem de arquivo: 08/12/2020)
    Paulo Guedes (imagem de arquivo: 08/12/2020)
    Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino

     

    Com a liberação de parte dos R$ 9 bilhões inicialmente bloqueada no Orçamento de 2021, o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que o Ministério da Educação vai receber quase R$ 1 bilhão em recursos extras. A expectativa dele ainda é de que, com uma arrecadação forte, o montante que resta bloqueado seja liberado nos próximos meses. 

    “Com uma portaria nossa estamos encaminhando esses R$ 900 milhões (ao Ministério da Educação). O que eu espero é que com esse ritmo de atividade econômica mais acelerada, esses desbloqueios continuem acontecendo”, afirmou em audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (1º). 

     

    O otimismo do ministro para o descontingenciamento total do Orçamento este ano foi reforçado pela alta de 1,2% da atividade econômica no primeiro trimestre. “Havendo esse aumento do PIB, vem, naturalmente, o desbloqueio. […] É possível que no fim do ano tudo esteja desbloqueado e o Orçamento corra normalmente, embora reconhecendo que o Orçamento é apertado”, comentou. 

    Voucher da educação 

    Guedes adiantou ainda que o governo está estudando a criação de um voucher da educação. O programa seria voltado para famílias com mais baixa renda e seria uma alternativa ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Isso porque o ministro está preocupado que, com a crise econômica causada pela pandemia, muitos jovens não sejam capazes de pagar os empréstimos que pegaram no Fies. 

    “O jovem que está começando a sua vida, consegue pegar um empréstimo no Fies e ai quando ele vai entrar no mercado de trabalho tem uma pandemia dessa derruba o PIB, derruba o emprego, não tem criação de emprego. […] Como esperar que um jovem que se endividou, que agora vem pro mercado de trabalho e não encontra emprego, como ele vai pagar essa dívida?”, questionou. 

    Ele comparou a medida com planos de reestruturação de empresas que foram atingidas pela pandemia. “Ai no futuro, usarmos mais os vouchers e menos empréstimos. […]  Acho que o Fies é um empréstimo e o empréstimo tem que ser para a classe média, que tem condição de pagar depois se o jovem não conseguir um emprego. Agora, o jovem que vem da periferia, o jovem negro da periferia e que quer estudar, ele precisa de um voucher. Ele não pode ter a responsabilidade de devolver esse dinheiro”, argumentou. 

    Nesse sentido, o ministro reforçou que, na verdade, o voucher não seria em “detrimento” do Fies, mas uma alternativa. Na avaliação dele, “houve um excesso muito grande de Fies”, que agora resultou em jovens desempregados e endividados “antes mesmo de começar uma carreira”.