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    Governo quer usar dinheiro de privatizações para pagar precatórios atrasados

    A ideia foi apresentada na reunião nesta segunda-feira (2)

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    Dinheiro / reais Foto: Carlos Alkmin / Getty Images

    Bárbara Baião e Renata Agostini, da CNN 

     

    Para reduzir as resistências à intenção de mudar as regras de pagamento de precatórios, o governo avalia propor a criação de um fundo destinado a custear a quitação dessas dívidas que estiverem em atraso.

    A ideia foi apresentada na reunião nesta segunda-feira (2) entre os presidentes da Câmara e do Senado, além dos ministros Ciro Nogueira, da Casa Civil, Paulo Guedes, da Economia, João Roma, da Cidadania e Flávia Arruda, da Secretaria de Governo.

     

    O plano do governo é enviar ao Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição prevendo que anualmente a União só terá de honrar um percentual dos precatórios reconhecidos pela Justiça. A medida deve propor que valores devidos acima de 66 milhões serão pagos de maneira parcelada por até dez anos.

    Para acelerar o escalonamento dos valores que não serão pagos, a ideia é reverter a arrecadação com vendas de estatais e outros ativos para um fundo destinado justamente a amortizar esse estoque de precatórios que irá se formar.

    O governo ainda avalia direcionar parte do fundo para reforçar a ajuda financeira aos mais vulneráveis, desde que não sejam permanentes. Os detalhes ainda estão em discussão. A aposta de ministros do Planalto é de que o texto pode abrir caminho para um valor médio acima de R$ 400 reais aos vulneráveis.

    A PEC dos precatórios é a solução do governo para financiar o novo programa social. Sem a aprovação da proposta, o governo admite que não terá alternativa para turbinar um redesenho do Bolsa Familia que incluiria a fusão de outras medidas, como o Programa de Aquisição de Alimentos além da criação de uma linha de crédito aos beneficiários que buscarem capacitação profissional.

    Para viabilizar o benefício dentro das regras fiscais, o governo apostava na utilização de uma folga no teto de gastos estimada em R$ 30 bilhões, impulsionada pelo aumento da inflação. Mas, foi surpreendido na elaboração da Lei Orçamentária de 2022, quando foi informado pelo Judiciário que o pagamento de precatório.

    Em 2021, o orçamento federal incluiu R$ 54 bilhões para o pagamento dessas despesas. O governo foi avisado, porém, que são quase R$ 90 bilhões em precatórios para 2022. A equipe econômica convenceu o presidente de que precisa mudar a regra de pagamento ou não haveria espaço para ampliar o novo Bolsa Família.

    O ministro Paulo Guedes argumenta nos bastidores que, caso a questão dos precatórios não seja endereçada, o montante começará a ameaçar outras áreas do orçamento. Procurado pela CNN, o Ministério da Economia ainda não se manifestou.