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    ‘Golpe do delivery’ cresceu 186% neste ano; veja como se proteger

    Soma dos valores reclamados ao Procon-SP passa de R$ 500 mil; Rappi, iFood e Uber Eats são os principais alvos

    Wesley Santana, colaboração para o CNN Brasil Business

     

    Nem a pandemia parou os criminosos, que se adaptaram à realidade digital. De acordo com um levantamento do Procon-SP, reclamações de golpes aplicados por entregadores de aplicativos de comida aumentaram 186% nos cinco primeiros meses do ano em relação ao ano passado.

    Até maio deste ano, foram quase 250 registros, que somam uma quantia superior a R$ 500 mil. No ano passado, neste mesmo intervalo, foram 80 reclamações.

    O aplicativo com maior índice é o Rappi, alvo de 105 registros. Na sequência, aparecem iFood, com 80; e Uber Eats, com 64. 

     

    O Procon-SP afirma que as ações criminosas são variadas. Há casos em que os entregadores cobram uma suposta taxa de entrega e apresentam uma máquina de cartão com o visor quebrado. Ao pagar pela refeição — que muitas vezes já foi quitada por meio do próprio aplicativo — os criminosos colocam valores indevidos, sem que o cliente perceba.

    “Há casos em que recebem uma ligação do restaurante informando sobre a cobrança de uma ‘taxa de entrega’ e pedindo os dados do cartão; e outros em que o entregador liga dizendo ter sofrido um acidente”, alerta o Procon. 

    Conforme analisou o órgão, na maioria das vezes, mesmo com a reclamação, as empresas de delivery se recusam a ressarcir os consumidores pelo golpe. 

    O diretor-executivo do órgão, Fernando Capez, avalia que esse tipo de ação criminosa aumentou muito durante a pandemia. No entanto, ele destaca que os aplicativos são responsáveis por reembolsar o consumidor pelo prejuízo.

    “Quem for vítima e for cobrado em valor incorreto, deve acionar o Procon-SP. Nós iremos apurar a responsabilidade da empresa e acionar a polícia. As empresas de delivery devem responder pelos problemas e ressarcir o consumidor”, afirma Capez. 

    Como se prevenir

    Além de preferir fazer o pagamento online, no próprio aplicativo de delivery, durante o pedido, algumas outras medidas podem ser tomadas para se antecipar ao golpe:

    – Sempre desconfiar, especialmente nos casos em que o entregador disser que é necessário pagar algum valor extra;

    – Não digitar senhas ou informações pessoais em máquinas que tenham o visor quebrado ou que não permitam a leitura de dados; 

    – Não passar informações por telefone;

    – No caso de dúvidas, contatar o local onde o pedido foi feito.

    O que dizem as plataformas

    Por nota, o Uber Eats disse que pagamentos em cartão só podem ser feitos pela plataforma, já que a máquina de cartão não é um meio oficial de pagamento para os pedidos. “Estamos continuamente reforçando que os usuários sempre façam o pagamento conforme informado no pedido. A Uber informa sempre aos seus usuários que não retifica valores e nunca faz cobranças adicionais por meio de entregadores parceiros, seja com dinheiro ou com maquininha”.

    Já a Rappi lamentou a conduta dos fraudadores e disse que princípios de ética e transparência pautam a relação na plataforma.“Caso o usuário venha a ser vítima de golpes de entregadores, ele deve entrar em contato com os canais de atendimento do aplicativo para relatar o ocorrido. Desse modo, buscamos obter o máximo de informação para entender a situação e denunciar à polícia eventuais condutas ilegais”, ressaltou.

    O CNN Brasil Business tentou  contato com o iFood, mas não teve retorno até o fechamento desta reportagem.

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