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    GM revela Hummer 100% elétrico e fãs esperam que modelo resgate a marca

    A GM parou de produzir os Hummers movidos a petróleo originais em 2010, na esteira de uma recessão nacional e um forte aumento nos preços da gasolina

    Matt Egan, , do CNN Business, em Washington, DC

    David Oberer está acostumado a atrair olhares quando dirige seu Hummer H1. “Ou me dão um joinha ou mostram o dedo do meio”, contou Oberer à CNN Business. As pessoas o abordam em postos de gasolina. Algumas querem ver o motor do Hummer ou seu interior. Outros o odeiam, ele conta, e querem saber como pode dirigir um veículo desses.

    Na opinião de Oberer, sua família deve tudo ao seu Hummer movido a diesel. “A empresa, nosso sustento, a comida que colocamos na mesa”, enumerou Oberer, dono de uma loja de peças do Hummer em Oshkosh, Wisconsin. “Tudo remonta à decisão de ter esse carro”.

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    A história do Hummer começa em 1983, quando a fabricante AM General, do estado de Indiana, ganhou um contrato do Exército para produzir o veículo. A AM General começou a produzir uma versão civil do caminhão em 1992, depois que o Hummer foi usado na Guerra do Golfo.

    Oberer se apaixonou por Hummers quando um amigo ofereceu um test-drive em 1996 e os dois dirigiram um Hummer por uma vala e uma cerca de arame. Hoje, Oberer, como muitos entusiastas de longa data do Hummer, fica intrigado ao ver a GM reviver a marca do Hummer com um modelo elétrico que será revelado na terça-feira (20).

    A GM parou de produzir os Hummers movidos a petróleo originais em 2010, na esteira de uma recessão nacional e um forte aumento nos preços da gasolina.

    Para os adeptos do Hummer, a versão elétrica oferece uma chance de apaziguar os críticos ambientais. Mas eles também temem que a mudança possa afetar sua habilidade off-road. Também já se perguntam se a bateria terá autonomia para um fim de semana de off-road em locais remotos, longe de estações de recarga.

    Até agora, pouco se sabe sobre o Hummer elétrico da GM, incluindo seu preço, embora a empresa tenha dito que ele vai de 0-100 km/h em três segundos e tem até 1.000 cavalos de potência. 

    Uma porta-voz da GMC disse ao CNN Business que o veículo teria extrema capacidade de off-road e se recusou a revelar sua autonomia.

    Oberer disse que está impressionado com a promessa da GM de 15.591 nm de torque. A medição foi criticada por alguns veículos de notícias, que questionaram se a forma da GM de medir o torque seria incomum e inflaria seu valor. A GM se recusou a dizer como mede o torque do Hummer.

    O dono de loja de peças também disse que se sente dividido com a mudança para motores elétricos, pois seu negócio pode ser afetado. Ele espera ter de dez a 20 anos para fazer a transição de seu negócio de motores de combustão interna para o elétrico e gostaria de ver um programa de retrofit para conversão de veículos.

    O Hummer silencioso

    Uma das diferenças mais óbvias do novo Hummer será seu som. “Uma revolução silenciosa está chegando”, anunicou a GM.

    O CNN Business conversou com quatro proprietários de Hummer de longa data e todos disseram que o motor a diesel do Hummer H1 e suas engrenagens produzem um som distinto e poderoso.

    “Isso vai ficar mais silencioso?”, pergunta Mark Price. Ele se lembra de ter gritado com um funcionário de uma concessionária de automóveis em 1999, imediatamente após ligar um H1 em seu primeiro test drive. Price tinha que ter um.

    “O carro berrava macho alfa. Cheiro de diesel e barulho alto”, contou. “Era lento, gigantesco. Não tinha nada parecido com o que a gente já havia dirigido na vida”.

    Price está aberto para receber um Hummer silencioso, pois acredita que um Hummer elétrico poderia trazer o melhor dos dois mundos se mantivesse sua capacidade off-road e fosse ecologicamente correto.

    E contou que adoraria fazer um test drive com um Hummer elétrico em um circuito off-road, para dar ou não seu selo de aprovação.

    Oberer também diz que não se importará com um Hummer silencioso. Para ele, a marca Hummer é definida pelo poder. “Você pode rebocar uma casa de seu alicerce”, exaltou Oberer. “Isso é o que o faz um Hummer”.

    Grant Rees, que já teve cinco Hummers ao longo dos anos, disse que está feliz em ver a marca acompanhar os tempos e ficar elétrica. Ele espera que o Hummer tenha 800 quilômetros de autonomia, para se adequar às suas viagens off-road, e está observando para ver se a GM faz jus à marca Hummer.

    Em 1999, Rees comprou um Hummer H2, o primeiro Hummer produzido depois que a GM comprou a marca Hummer da AM General. Mas se livrou dele depois de alguns anos, pois achava que poderia muito bem estar dirigindo um Chevrolet Suburban. A GM parou de fazer o H2 em 2008.

    Mike Miserendino, de Noblesville, Indiana, que usa seu Hummer H1 em seu trabalho voluntário de socorro a emergências, espera que o novo Hummer corresponda à durabilidade e resistência da reputação da marca.

    “Tem uma parte utilitária da qual eu posso abusar?”, Miserendino pergunta. “Se tiver isso, tenho certeza de que haverá um novo público para o carro”.

    No entanto, Angie Schmitt, consultora em transportes e autora  de “Right of Way: Race, Class and the Silent Crisis of Pedestrian Deaths in America”  (“Direito de passagem: Raça, Classe e a Crise Silenciosa das Mortes de Pedestres na América”, sem versão no Brasil) disse que o renascimento da marca Hummer é típico das montadoras norte-americanas com foco em caminhões grandes e SUVs, que exacerbam os problemas com meio ambiente e segurança de pedestres. SUVs como o Hummer são mais altos e mais pesados do que os veículos normais, tornando-os mais mortais se um motorista atingir em um pedestre.

    “Com tudo sendo igual, o melhor é que ele seja elétrico. Mas pegar SUVs grandes que são um desperdício e transformá-los elétricos não vai resolver todos os nossos problemas ambientais”.

    (Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

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