Equipe econômica vê erros de ‘comunicação’ e de ‘timing’ em decreto sobre SUS
Avaliação é de que governo não soube explicar a proposta sobre a participação da iniciativa privada
Integrantes da equipe econômica apontam erros de “comunicação” e de “timing” como os principais motivos para a repercussão negativa e consequente revogação do decreto que autorizava estudos para parcerias público-privadas na administração de Unidades Básicas de Saúde (UBS).
A avaliação de auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi a de que o governo federal não soube explicar direito o decreto, o que deu margem a interpretações de que a medida abriria caminho para a privatização do Sistema Único de Saúde (SUS).
Além disso, houve o diagnóstico de que o Palácio do Planalto errou ao publicar o decreto no Diário Oficial da União em meio à campanha eleitoral municipal, abrindo espaço para opositores usarem a medida para atacar a gestão Jair Bolsonaro.
Leia também:
Decreto não representa ‘decisão prévia’ de privatização do SUS, diz governo
Privatização de unidades do SUS foi pedido do Ministério da Saúde, diz Economia
Integrantes do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), que realizaria os estudos, ressaltam que o decreto apenas qualificava o setor de atenção básica à saúde no programa e que o modelo exato de parceria com a iniciativa privada ainda seria definido após os estudos.
À coluna, membros do PPI, vinculado ao Ministério da Economia, destacaram também que, pelo modelo de parceria, apenas a gestão das UBS seria transferida para a iniciativa privada. O atendimento à população continuaria sendo gratuito.
Integrantes da equipe econômica ressaltaram ainda que o modelo de parceria com a iniciativa privada em unidades básicas de saúde já é aplicado em alguns estados, entre eles, na Bahia, administrado pelo PT, e no Rio Grande do Sul, governador pelo PSDB.