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    Fundo soberano norueguês veta aportes em Vale e Eletrobras por danos ambientais

    No caso da mineradora, veto vem após uma avaliação sobre riscos de danos ao ambiente e como resultado de repetidas falhas em barragens

    Do CNN Brasil Business*, em São Paulo

    O maior fundo soberano da Noruega, que administra mais de US$ 1 trilhão, decidiu excluir de sua carteira investimentos as brasileiras Vale e Eletrobras por decisão de seu conselho de ética, associada a questões ambientais e de direitos humanos.

    O veto à mineradora veio após uma avaliação sobre riscos de danos ao ambiente e como resultado de repetidas falhas em barragens da Vale, como o rompimento de uma estrutura em Brumadinho (MG) no ano passado, que deixou centenas de mortos.

    Já a Eletrobras foi excluída por “inaceitável risco de que a companhia contribua para sérias ou sistemáticas violações de direitos humanos”, o que foi relacionado pelo conselho executivo do fundo ao papel da estatal no desenvolvimento da polêmica hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.

    “As decisões de exclusão pelo Conselho Executivo foram baseadas em recomendações do Conselho de Ética”, disse em nota o banco central norueguês, responsável pelo fundo soberano.

    O fundo, criado em 1996, visa poupar para gerações futuras as receitas da Noruega com a produção de petróleo e gás. Está entre os maiores investidores do mundo, possuindo cerca de 1,5% de todas ações listadas globalmente.

    Opera sob diretrizes éticas definidas pelo Parlamento e exclui da carteira empresas que não as respeitam. É frequente que seus movimentos sejam seguidos por outros fundos.

    Nesta quarta-feira, o fundo informou que levou um longo tempo para vender as ações de diversas das empresas excluídas devido à situação do mercado, incluindo a liquidez em algumas ações. Os mercados têm passado por momentos de turbulência devido ao novo coronavírus.

    O conselho de Ética do fundo recomenda a exclusão de empresas que não respeitam suas diretrizes. O conselho do banco central da Noruega então decide quando agir.

    A Eletrobras disse que “respondeu todos questionamentos enviados pelo Fundo Soberano da Noruega e se colocou à disposição para esclarecer as dúvidas”. A estatal ainda defendeu que “tem tomado importantes passos estratégicos para fortalecer ainda mais seus compromissos e práticas de direitos humanos.”

    A Vale recusou-se a comentar.

    O fundo  pode reverter as exclusões se as empresas resolverem os problemas levantados.

    Carvão 

    Os noruegueses também estão excluindo do portfólio do fundo algumas das maiores empresas de commodities do mundo, incluindo Glencore e Anglo American, devido à sua produção e uso de carvão.

    Destacando o crescente papel de considerações climáticas sobre investidores de longo prazo, o fundo também está excluindo a elétrica alemã RWE, a empresa petroquímica sul-africana Sasol e a firma holandesa de energia AGL Energy devido ao uso de carvão.

    Outras companhias foram colocadas sob observação para possível exclusão posterior caso não tratem a questão do uso de carvão, disse o fundo, citando BHP, Uniper, Enel e Vistra Energy.

    A Enel disse em nota que desenvolve seus negócios em linha com o acordo de Paris, que busca limitar a alta na temperatura global a 1,5 graus Celsius e reduzir emissões líquidas a zero até 2050.

    *Com informações da Reuters 
     
     
     

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