Focus: previsão para inflação encosta em 6% e projeção para Selic sobe para 6,5%
Pela primeira vez no ano, a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) alcançou alta de 5% em 2021, suficiente para recuperar a queda de 4,1% em 2020
As expectativas para a inflação de 2021 continuam avançando e, consequentemente, elevando as previsões para a taxa básica de juros. Na 11ª semana consecutiva de alta, a mediana na projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou os 5,90%. Ao mesmo tempo, a estimativa para a Selic passou de 5,25% ao ano para 6,50% a.a..
Os números são do Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (21). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.
De acordo com a meta de inflação fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o IPCA não deveria ultrapassar os 5,25% este ano. O centro da meta é de 3,75%, no entanto, a margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo permite que o índice varie de 2,25% a 5,25%.
A Selic é a principal ferramenta da política monetária para o controle da inflação. Atualmente, a taxa está em 4,25% a.a.; e o BC já sinalizou que continuará o movimento de retirada de estímulos pela alta dos juros. Segundo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na última semana, a próxima reunião, que acontecerá no início de agosto, deve trazer nova alta de 0,75 ponto percentual.
Alta do PIB alcança 5%
Apesar do ritmo ainda lento da vacinação e do alto número de casos e óbitos por Covid-19 no país, as perspectivas do mercado financeiro para a atividade econômica deste ano têm melhorado cada vez mais. Pela primeira vez no ano, a projeção alcançou alta de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2021. Na semana passada, era esperado crescimento de 4,85%.
Se confirmado, esse desempenho positivo do PIB de 2021 seria mais do que suficiente para recuperar a queda de 4,1% registrada em 2020.
A recessão do ano passado foi puxada pelos impactos econômicos da pandemia de Covid-19 e das medidas de isolamento social. Dessa forma, a alta do PIB este ano está condicionada à melhora no cenário da crise sanitária e ao avanço da vacinação.