FMI prevê que economia do Brasil encolherá mais de 5% por efeitos do coronavírus
Entre os emergentes, país está entre os mais afetados pela crise – ao lado de México e África do Sul –, indica relatório anual do Fundo Monetário Internacional
O FMI (Fundo Monetário Internacional) divulgou, nesta terça-feira (14), as previsões anuais para a economia mundial, o World Economic Outlook (Panorama Econômico Mundial, em tradução livre) no qual prevê que a atividade econômica de países como Brasil, México e Rússia encolherá mais de 5% em razão dos efeitos do novo coronavírus.
O estudo aponta ainda que, entre os países emergentes e em desenvolvimento, a média de redução deve ser de 1% em 2020 ante uma previsão de crescimento de 4% divulgada há menos de quatro meses. “O crescimento será ainda menor se medidas mais rigorosas de contenção forem necessárias para conter uma disseminação mais ampla do vírus nesses países”, diz o relatório.
Já em todo o mundo, a média de contração deve ficar em 3%, com países como Itália (-9,1%), Espanha (-8%), França (-7,2%) e Alemanha (-7%) entre os mais atingidos. Essa deve ser a maior desaceleração da economia mundial desde a Grande Depressão da década de 1930. O Fundo espera uma recuperação para 2021, com projeção de crescimento de 5,8%.
Na China, onde a COVID-19 foi a diagnosticada inicialmente, mas que já vê sua atividade comercial ser lentamente retomada, a economia deve crescer a uma taxa de 1,2% em 2020 (em 2019, foi de 6,1%), abaixo dos 6% da previsão de janeiro do FMI. A segunda maior economia do mundo deverá crescer 9,2% em 2021.
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Na América Latina, onde o surto do novo coronavírus continua a aumentar, é provável que a economia reduza, em média, 5,2%. A expectativa é de que Argentina e Brasil registrem uma contração de mais de 5% em 2020. O declínio projetado de 6,6% do México seria o maior entre as economias do Hemisfério Ocidental, sem considerar a Venezuela.
A economia da Arábia Saudita deverá diminuir 2,3%, a da Nigéria 3,4% e a da África do Sul 5,8%.
Quase 2 milhões de pessoas já foram diagnosticadas no mundo com o novo coronavírus e cerca de 120 mil morreram por causa da COVID-19, segundo número da Universidade Johns Hopkins, nos EUA. Cidades em todo o planeta reduziram, ao mínimo, a atividade econômica, em um esforço para reduzir os casos da doença.
De acordo com as previsões do FMI, o surto do novo coronavírus atingirá o pico na maioria dos países durante o segundo trimestre, mas terá passado na segunda metade do ano, quando o fechamento de negócios e outras medidas de contenção devem ser gradualmente revertidos. / Com informações da Reuters