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    Financiamento ao Renda Cidadã enfrenta resistência até na equipe econômica

    Uso de precatórios para bancar programa social, que deve substituir o Bolsa Família, foi mal recebido por integrantes da ala liberal do Ministério da Economia

    Igor Gadelhada CNN

    Apresentada na segunda-feira (28) em entrevista coletiva na porta do Palácio da Alvorada, a proposta de usar recursos de precatórios e do Fundeb para bancar o Renda Cidadã enfrenta resistência até mesmo dentro da equipe econômica do governo.

    A medida foi mal recebida principalmente por integrantes da ala mais liberal do Ministério da Economia. Segundo apurou a CNN, o que mais incomodou foi o uso de precatórios para bancar o novo programa social, que deve substituir o Bolsa Família.

    O uso de precatórios é considerado por auxiliares de Guedes uma medida muito heterodoxa, o que contraria o pensamento liberal do ministro. Para esses auxiliares, o ideal seria acabar de vez com os precatórios, vistos como excessivos e como fator de desorganização das contas públicas.

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    Fachada do Ministério da Economia
    Fachada do Ministério da Economia, em Brasília
    Foto: Hoana Gonçalves/ Ministério da Economia

    A avaliação da ala mais liberal do Ministério da Economia é de que usar precatórios para bancar o Renda Cidadã seria, na prática, financiar o programa social com mais dívida. Isso porque o governo estaria apenas postergando o pagamento do precatório. 

    “Eu quase recolhi minhas coisas e me despedi de Brasília”, afirmou à coluna um secretário da equipe econômica. Esse auxiliar de Guedes ressaltou, porém, que decidiu esperar a evolução das negociações sobre o programa antes de tomar qualquer decisão mais drástica. 

    A resistência no Ministério da Economia ao uso de precatórios e do Fundeb para bancar o Renda Cidadã indica que a opção por essas duas fontes de financiamento foi uma decisão tomada muito mais pela ótica política do que econômica.