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    EUA: mercado desacelera mais que esperado em agosto com criação de 235 mil vagas

    Novos casos de Covid-19 podem também ter feito com que pessoas desempregadas ficassem em casa, frustrando os esforços dos empregadores de aumentar as contratações

    Anúncio de contratação em Nova York 06/08/ 2021
    Anúncio de contratação em Nova York 06/08/ 2021 REUTERS/Eduardo Munoz

    Reutersda Reuters

    A criação de vagas de emprego nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em agosto em meio a uma desaceleração na demanda por serviços e a persistente escassez de trabalhadores com o aumento das infecções por Covid-19, mas o ritmo foi suficiente para sustentar a expansão econômica.

    A folha de pagamento não-agrícola mostrou alta de 235.000 empregos no mês passado, após chegar a 1,053 milhão em julho, disse o Departamento de Trabalho em seu relatório de empregos na sexta-feira (3).

    A taxa de desemprego caiu para 5,2% de 5,4% em julho. No entanto, foi subestimado por pessoas que se classificaram erroneamente como “empregados, mas ausentes do trabalho”.

    Economistas ouvidos pela Reuters previam que a folha de pagamento não-agrícola mostrasse alta de 728.000 empregos e a taxa de desemprego cairia para 5,2%. As estimativas de folha de pagamento variaram de 375.000 a 1,027 milhão.

     

    A folha de pagamento inicial de agosto não alcançou as expectativas e tem sido mais lenta do que a média de três meses  de crescimento de emprego até julho nos últimos anos, incluindo em 2020. Subsequentemente, ela foi revisada para cima em 11 dos últimos 12 anos.

    O relatório veio em um momento em que economistas reduziram drasticamente suas estimativas de Produto Interno Bruto (PIB) para o terceiro trimestre, citando o ressurgimento de casos impulsionados pela variante Delta do coronavírus, bem como a escassez implacável de matérias-primas, que estão deprimindo as vendas de automóveis e o reabastecimento.

    Os dados serão analisadas por investidores que tentam determinar quando o Federal Reserve fará o anuncio de que começará a reduzir o seu programa massivo de compra mensal de títulos.

    O presidente do Fed, Jerome Powell, reafirmou na semana passada que a economia está se recuperando, mas não ofereceu nenhum sinal de quando o banco central dos EUA planeja cortar suas compras de ativos além de dizer que isso pode ocorrer “neste ano”.

    Alguns economistas não acreditam que o dado abaixo das expectativas da folha de pagamentos é fraco o suficiente para fazer o Fed recuar da sinalização de começar os cortes neste ano.

    A falta de matéria-prima tem dificultado a reposição de inventários por parte de empresários. As vendas de veículos caíram 10,7% em agosto, fazendo com que economista do Goldman Sachs e do JPMorgan cortassem as estimativas de crescimento para o PIB do terceiro trimestre para 3,5% na taxa anualizada, de uma previsão anterior de 8,25%.

    A economia cresceu 6,6% no segundo trimestre.

    A pandemia rompeu as dinâmicas do mercado de trabalho, criando uma escassez de trabalhadores enquanto 8.7 milhões de pessoas estão oficialmente desempregadas. Houve um recorde de 10.1 milhões de novas vagas de emprego abertas até o fim de junho.

    A falta de creches acessíveis, medo de contrair a Covid-19, benefícios generosos para desempregados pagos pelo governo federal e aposentadorias e mudanças de carreiras geradas pela pandemia são responsáveis por essa desconexão.

    Entretanto, existe um otimismo cauteloso de que a oferta de trabalhadores vai aumentar devido à reabertura de escolas e ao fim dos benefícios pagos pelo governo, que acabam na próxima segunda-feira (6).

    Apesar disso, a variante Delta pode atrasar o retorno de muitos desempregados para a força de trabalho no curto prazo.