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    EUA e Europa encerram disputa de 17 anos entre Airbus e Boeing

    Os dois lados concordaram em suspender as tarifas impostas por um período de cinco anos para tentar conter o avanço econômico chinês

    Charles Riley and Kevin Liptak, do CNN Business

    Os Estados Unidos e a União Europeia resolveram uma longa disputa comercial sobre subsídios da Airbus e da Boeing, uma medida que pode melhorar as relações transatlânticas, já que ambos os lados buscam conter a crescente influência econômica da China.

    Autoridades dos EUA confirmaram durante uma cúpula em Bruxelas, nesta terça-feira (15), que encerraram a disputa sobre os subsídios aos principais fabricantes de aviões comerciais do mundo.

    Os dois lados concordaram em suspender as tarifas impostas por um período de cinco anos. Cada um deles também divulgará declarações explicitando “apoio aceitável” para fabricantes de aeronaves.

    O acordo “resolve um problema comercial de longa data na relação EUA-Europa”, disse a representante comercial dos EUA, Katherine Tai. “Em vez de lutar com um de nossos aliados mais próximos, estamos finalmente nos unindo contra uma ameaça comum.”

    Tai disse que os EUA têm o direito de reaplicar as tarifas se a Europa não mantiver sua parte no acordo.

    Houve sinais nos últimos meses de que o conflito sobre subsídios poderia estar chegando ao fim, após anos de negociações fracassadas na Organização Mundial do Comércio. Os Estados Unidos, a União Europeia e o Reino Unido concordaram em março em suspender as tarifas por quatro meses. A suspensão marcou um primeiro passo para reparar uma parceria comercial que vem sendo prejudicada há 17 anos pelas reclamações sobre o apoio dos governos à Airbus (EADSF) e à Boeing (BA).

    Boeing 737 MAX 10
    Foto: Divulgação

    A disputa data de 2004, quando as autoridades da UE disseram que a Boeing havia recebido US$ 19 bilhões em subsídios injustos dos governos federal e estadual. Os Estados Unidos entraram com uma ação semelhante naquele ano sobre os subsídios europeus à Airbus.

    A rivalidade aumentou quando a administração de Donald Trump, ex-presidente americano, impôs tarifas sobre produtos europeus, incluindo queijo parmesão, vinho francês e uísques escocês e irlandês. A União Europeia, por sua vez, impôs tarifas sobre produtos americanos, como vinho, queijo e malas.

    Os Estados Unidos e a União Europeia ainda precisam resolver como tributar grandes empresas de tecnologia, sem falar na disputa sobre as tarifas da era Trump sobre aço e alumínio. Mas o fim da briga por subsídios às aeronaves deve ajudar a melhorar as relações, já que ambos os lados colocam mais ênfase no combate ao crescimento da China.

    “Uma parceria renovada de comércio e investimento com a União Europeia é uma das principais prioridades da administração, e nossos esforços iniciais foram bem-sucedidos”, disse Tai.

    Os Estados Unidos se juntaram ao Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Japão e Canadá no fim de semana para fazer o Grupo dos Sete condenar a China mais fortemente nas últimas décadas. A declaração do G7 repreendeu a China por alegações de abusos de direitos humanos e disputas políticas sobre Hong Kong, Taiwan e o Mar da China Meridional. As democracias mais ricas do mundo também pressionaram novamente por uma investigação independente sobre as origens da Covid-19 e promoveram uma alternativa ao plano Belt and Road da China para aumentar sua influência comercial.

    Ainda nesta terça-feira, os Estados Unidos e a União Europeia anunciarão um conselho conjunto destinado a tratar de questões de comércio e tecnologia, disse um alto funcionário do governo à CNN, em parte para fornecer uma melhor verificação das práticas econômicas da China.

    A força-tarefa pretende “trabalhar em conjunto para escrever as regras do caminho para a próxima geração, particularmente nas áreas de economia e tecnologias emergentes”, disse o funcionário.
    “Também temos que levar em conta o fato de que a China representa um desafio significativo em ambas as áreas”, disse o funcionário.

    Joe Biden, presidente dos EUA, está ansioso para restaurar os laços transatlânticos em sua viagem pela Europa nesta semana e espera se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, na quarta-feira.

    A resolução da disputa comercial é um sinal concreto de sua intenção de normalizar as alianças tradicionais dos EUA após quatro anos de tensão.

    (Texto traduzido. Para ler o original, clique aqui.)