Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Estados veem possível afronta à Constituição em projeto de Lira, diz presidente do Comsefaz

    Presidente da Câmara pretende colocar em votação na próxima semana teto para o ICMS em produtos como energia e combustível

    Caio Junqueirada CNN

    Representantes dos estados vislumbraram possível inconstitucionalidade no projeto de lei que o presidente da Camara, Arthur Lira (PP-AL), pretende colocar em votação na próxima semana estabelecendo um teto para o ICMS em produtos como energia e combustível.

    “É necessário verificar se esse texto é inconstitucional, pois a seletividade no ICMS é obrigatória, o que significa que itens essenciais devem ter tributação menores e supérfluos, alíquotas mais elevadas. Como o projeto de lei admite os itens como essenciais e prevê que será facultado ao estado fixar alíquotas inferiores, parece, a princípio, numa primeira análise, que viola o princípio previsto na Constituição Federal de 1988 da essencialidade dos produtos, pois não é faculdade e sim obrigação do Estado”, disse à CNN o presidente do Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal, o Comsefaz.

    Decio Padilha, que também é secretário de Fazenda de Pernambuco, disse ainda que o impacto do PL pode chegar a R$ 100 bilhões. Lembrou, contudo, que “tudo isso é recente, o projeto apareceu hoje e o Comsefaz precisa estudar com profundidade a legalidade deste projeto perante a constituição e os respectivos impactos nos estados.”

    Afirmou também que qualquer mudança de alíquota precisa ser antecedida por um estudo de impacto no Orçamento dos estados.

    “Não se pode mudar alíquota sem estudo de impacto antes. Os estados têm obrigações constitucionais a cumprir, não se pode ir baixando tributo sem observar às atividades prestadas à população pelos estados”, declarou.

    Para ele, da forma como está, os estados não suportariam o impacto financeiro do projeto.

    “Os estados não suportarão esse impacto. O ICMS é obrigado pela constituição a repassar 25% para os municípios, 12% para saúde e 25% a para educação, não há condições fiscais para suportar essa mudança. ”Questionado se poderia haver judicialização, se o projeto fosse aprovado da forma como está, ele disse: “Recebemos o projeto de hoje e estamos estudando”.

    Procurado pela CNN, Lira disse que “eles [Comsefaz] descumprem a lei, nós não”.

    Tópicos