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    Entenda o que é e o que faz a OCDE, organização em que o Brasil tenta entrar

    Organização aprovou abertura de processo para avaliar inclusão do Brasil no grupo

    Juliana Eliasdo CNN Brasil Business , em São Paulo

    O Brasil recebeu na terça-feira (25) a aguardada notícia de que o conselho de ministros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) aprovou o início das negociações sobre a adesão do país à entidade.

    Desde 2017, quando formalizou seu pedido, o Brasil tenta emplacar a entrada no seleto grupo formado por 38 dos cerca de 200 países do mundo – daí o apelido, hoje já não mais tão preciso quanto no passado, de que a OCDE seria o time que reúne as nações ricas.

    Estados Unidos, Reino Unido e Japão, bem como Chile, México e Costa Rica, são alguns que integram atualmente a organização (veja a lista completa ao fim).

    Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia foram as outras cinco nações que, junto com o Brasil, também receberam nesta terça-feira o convite para dar início ao seu processo de inclusão na organização.

    Trata-se de um trâmite longo, sem prazo fechado, que envolve desde avaliação das condições políticas, econômicas e sociais do país até eventuais necessidades de ajustes nas leis locais. O processo até a admissão formal pode demorar de três a cinco anos.

    Veja a seguir  o que é e como funciona a OCDE:

    O que é e como trabalha

    A OCDE é um grupo de cooperação entre seus membros e em parceria com outros países, com o objetivo de “construir políticas melhores para vidas melhores”, de acordo com sua descrição oficial.

    Seu trabalho envolve diálogo constante com governos, parlamentos, academia e associações civis em todos os lugares do mundo por meio de pesquisas, congressos, projetos, parcerias e consultorias, por exemplo.

    O trabalho é baseado em três grandes pilares: informar (por meio de coleta, análise e divulgação de dados globais); influenciar (por meio das parcerias e diálogos com as diferentes lideranças) e criar padrões de referências, em assuntos tão diversos quanto educação, impostos ou meio ambiente.

    É a OCDE, por exemplo, que está coordenando as discussões abertas no ano passado para a criação de um imposto global mínimo para as grandes corporações, numa ofensiva conjunta contra os paraísos fiscais.

    Também é dela que vem o Pisa, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (na sigla em inglês), referência internacional na avaliação educacional de países de todo o mundo.

    Como surgiu

    Antes de ser a OCDE como a conhecemos hoje, a organização nasceu, em 1948, como a Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OCEE), uma entidade reunindo 18 países da Europa ocidental, ao fim da Segunda Guerra Mundial e nos primórdios da Guerra Fria.

    O objetivo era administrar os recursos do Plano Marshall, programa de investimentos conduzido pelos Estados Unidos para reconstruir os países europeus no pós-guerra.

    Foi em 14 de dezembro de 1960 que o grupo se refundou como “Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico” – a OCDE –, em uma convenção assinada pelos 20 primeiros membros, que incluíam os principais países europeus, além de Estados Unidos e Canadá.

    A entidade passou a vigorar em 1961, já com objetivos e propósitos muito similares ao de hoje, de estímulo ao desenvolvimento econômico dos participantes e parceiros.

    O que precisa para entrar na OCDE

    Para ser aceito no clube, a nação candidata precisa demonstrar que está alinhada à série de princípios que regem os países membros da OCDE.

    Entre eles, estão “a preservação da liberdade individual, os valores da democracia, a proteção dos direitos humanos e o valor das economias de mercado abertas, comerciais, competitivas, sustentáveis e transparentes”, de acordo com o comunicado divulgado pela organização sobre a abertura do processo de adesão do Brasil e dos outros países.

    Promover o crescimento econômico sustentável, o comprometimento com o combate às mudanças climáticas, ao desmatamento e à perda da biodiversidade são outros pilares importantes.

    Todos os países candidatos passam, então, por uma vasta avaliação de todos esses requisitos e podem contar com apoio nas eventuais adaptações que sejam necessárias, antes que possam ser aceitos e que recebam o convite formal como novos integrantes da OCDE.

    A avaliação não tem prazo definido e é feita por mais de 20 comitês técnicos.

    Membros atuais

    1. Alemanha
    2. Austrália
    3. Áustria
    4. Bélgica
    5. Canadá
    6. Chile
    7. Colômbia
    8. Coréia do Sul
    9. Costa Rica
    10. Dinamarca
    11. Eslováquia
    12. Eslovênia
    13. Espanha
    14. Estados Unidos
    15. Estônia
    16. Finlândia
    17. França
    18. Grécia
    19. Holanda
    20. Hungria
    21. Irlanda
    22. Islândia
    23. Israel
    24. Itália
    25. Japão
    26. Letônia
    27. Lituânia
    28. Luxemburgo
    29. México
    30. Noruega
    31. Nova Zelândia
    32. Polônia
    33. Portugal
    34. Reino Unido
    35. República Tcheca
    36. Suécia
    37. Suíça
    38. Turquia

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