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    Empresários pedem abertura de lojas de chocolate para a Páscoa no Rio

    Feriadão no Rio e Niterói só permite serviços essenciais e afeta data mais lucrativo para o setor

    Stéfano Salles, da CNN Brasil, no Rio de Janeiro

    A pouco mais de dez dias do domingo de Páscoa, os decretos que estabelecem o funcionamento de apenas serviços essenciais de 26 de março a 4 de abril no Rio e em Niterói desagradaram lojas de doces, de chocolates e de presentes. No ano passado, as prefeituras atenderam a pedidos do segmento e autorizaram que os estabelecimentos funcionassem em sistema de drive-thru ou take-away (retire e leve).

    O presidente da Câmara de Dirigente Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-RJ), Aldo Gonçalves, afirma que a situação de todo o comércio da capital é crítica, com mais de dez mil lojas fechadas de todos os segmentos desde o início da pandemia. Ele avalia que o conceito de Páscoa se transformou nos últimos anos e tem pedido ao município que as normas sejam flexibilizadas. 

    “Nós mandamos ofício, pedimos, mas não adianta. O problema não é o comércio, mas as aglomerações. A Páscoa não movimenta apenas o setor de chocolates. É uma data de fraternidade, congraçamento. Há um amplo comércio de presentes e pelúcias, além de outros tipos de alimentos, por causa das restrições alimentares das pessoas”, afirma.

    O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município de Niterói (Sindilojas), Charbel Tauil, solicitou ao prefeito Axel Grael (PDT) uma permissão especial para o funcionamento das lojas com esse perfil, em um pacote de reivindicações. 

    “No ano passado, o prefeito anterior liberou, mas demorou muito. Esse é o Natal das lojas de doces. E eles funcionam de forma diferente dos grandes supermercados, que poderão vender chocolates. Eles vendem em consignação e devolvem para as fábricas o que não venderem. Já os pequenos lojistas fazem encomendas, acreditando que vão poder vender, e depois têm que pagar uma duplicata de um produto que não será vendido ou será comercializado muito abaixo do valor de aquisição”, analisa.

    Uma pesquisa feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec-RJ) entre os dias 15 e 18 de março, antes, portanto, do anúncio das novas medidas restritivas, mostrou que 59,6% de moradores do estado pretendiam presentear alguém na data. Em 2020, eram 37,6%, um aumento de 22 pontos percentuais do ano passado para este ano. Em valores absolutos, a projeção era de que a data movimentaria R$ 829 milhões neste ano. 

    Procurada, a prefeitura do Rio de Janeiro não se manifestou até a publicação desta reportagem. Já a Prefeitura de Niterói disse por meio de nota que, por conta do período de vigência do decreto, a administração municipal está dialogando com os lojistas que comercializam ovos de páscoa.

    “Na Semana Santa, assim como fizemos no passado, vamos permitir a venda dos ovos, desde que as pessoas não entrem nas lojas. A venda será exclusiva para artigos de Páscoa”, disse o prefeito Axel Grael (PDT).

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