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    EDP anuncia fechamento de capital no Brasil e propõe prêmio de 22,3% na OPA

    Processo de fechamento de capital, que ocorre quase 20 anos depois da companhia de energia elétrica ter realizado o IPO no Brasil, já foi formalizado na CVM

    Por Letícia Fucuchima, da Reuters

    O grupo português de energia EDP anunciou, nesta quinta-feira (2), um plano para fechar capital da EDP Brasil, visando trazer maior flexibilidade na gestão financeira e operacional para a subsidiária local.

    O processo de fechamento de capital, que ocorre quase 20 anos depois da companhia de energia elétrica ter realizado o IPO no Brasil, já foi formalizado na CVM, com pedido de registro de oferta pública para aquisição (OPA) da totalidade das ações ordinárias da EDP Brasil.

    O preço atribuído pela EDP para cada ação objeto da OPA será de R$ 24 por ação, a ser pago à vista e em moeda corrente nacional, equivalente a um prêmio de 22,26% sobre o preço de fechamento da ação na véspera, de R$ 19,63.

    A EDP é controladora da EDP Brasil, sendo detentora de 56% das ações. Aproximadamente 41,3% dos papéis da companhia estão em “free float”, e os 2,6% restantes, em tesouraria.

    O cronograma esperado para a oferta é de pelo menos sete meses, com expectativa de conclusão até o final deste ano.

    Segundo a matriz portuguesa, a proposta tem por objetivo simplificar a estrutura corporativa e organizacional da EDP, “conferindo assim maior flexibilidade na gestão financeira e operacional das suas operações no Brasil”, conforme comunicado ao mercado.

    O BTG Pactual atuará como instituição intermediária da OPA. Também trabalharão como assessores da operação o banco Morgan Stanley e o escritório de advocacia Mattos Filho.

    A EDP ingressou no Brasil em 1996, com a compra de uma participação na antiga Cerj (hoje Enel Rio), e abriu capital na bolsa brasileira em 2005.

    Hoje, a companhia de energia elétrica atua nos segmentos de distribuição, geração, transmissão e oferta de soluções e serviços. Na distribuição, atende cerca de 3,8 milhões de clientes por meio de duas concessionárias, em São Paulo e Espírito Santo, além de ser importante acionista da distribuidora estatal Celesc , de Santa Catarina.

    Nos últimos anos, a EDP fez uma reformulação de seu plano estratégico no Brasil, conduzindo uma rotação de ativos com o objetivo de sair de setores menos estratégicos e levantar capital para investir em segmentos que considera mais atrativos, como o de geração solar.

    Nesse processo, a empresa vendeu uma hidrelétrica e parte de seu portfólio de linhas de transmissão.

    A companhia também está encabeçando uma discussão importante sobre a renovação das concessões de distribuição de energia no Brasil. A EDP Espírito Santo é a primeira de quase 20 distribuidoras que terão expiração de contratos a partir de 2025.

    A União ainda não definiu se as concessões serão renovadas ou se promoverá novos leilões.

     

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