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    Economistas veem com cautela criação de ‘nova CPMF’

    Everardo Maciel e Felipe Salto debateram na CNN sobre proposta que governo deve apresentar nesta semana

    Da CNN

    O governo deve encaminhar nesta semana a proposta de um novo imposto sobre transações financeiras, aos moldes da antiga CPMF, mas o assunto ainda gera incertezas em economistas. Diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado, Felipe Salto, afirmou à CNN que a criação do imposto sem repensar o sistema tributário como um todo deve ser vista com ressalvas.

    “Acho que o governo está bastante perdido nessa discussão porque demorou bastante para apresentar uma proposta de reforma tributária e, agora, no meio da pandemia, se retoma esse assunto. Aquela dimensão de simplificação que norteava as propostas vai sendo substituída com a necessidade de aumentar a receita no momento em que o PIB vai ter uma queda brutal de 6,5% neste ano”, disse.

    Para o consultor tributário Everardo Maciel, ex-secretário da Receita Federal, é preciso “ter um problema” que justifique a criação de um novo tributo.

    “Se se pretende com isso reduzir a contribuição previdenciária sobre a folha, acho que é uma ideia interessante; mas interessante se tratado amplamente, ou seja, [taxar] transações financeiras”, explicou.

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    Maciel ainda declarou que reforma tributária é um processo que deve ser discutido sempre, ainda mais com as circunstâncias peculiares da pandemia do novo coronavírus.

    “A prioridade nesse instante devia ser justamente saber como enfrentar a crise fiscal, que é de grande magnitude e se aproxima junto com outro problema: a capacidade dos contribuintes arcarem com novos tipos ou aumento de tributação.”

    Salto concordou com Maciel que é certa a aproximação de uma crise fiscal e, por isso, é necessário tomar medidas de precaução.

    “Vamos ter uma crise fiscal, já vinha antes da [crise] sanitária e ela se agrava. Temos uma crise de saúde em que as pessoas têm que parar de circular e o comércio fechar, a economia está em queda brutal. Isso faz com que o governo gaste menos e os gastos continuem aumentando. (…) O que precisa é retomar a agenda do equilíbrio fiscal”, concluiu.

    (Edição: Bernardo Barbosa)