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    Economistas avaliam impacto da saída de Mansueto no mercado e na retomada

    Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, disse que demissão pode 'pesar'; Pedro Paulo Silveira, da Nova Futuro Investimentos, citou 'sinais não positivos'

    Economistas-chefes de corretoras, Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, e Pedro Paulo Silveira, da Nova Futuro Investimentos, avaliaram, em entrevista à CNN, nesta segunda-feira (15), o anúncio da saída do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, para o mercado financeiro e para as reformas propostas pelo governo.

    À CNN, Mansueto disse, também nesta segunda, que fica no cargo até o final de julho e garantiu que a direção do ajuste fiscal não muda. Ele disse estar cansado e ressaltou que a sua saída é uma decisão difícil em razão do bom relacionamento que afirma ter com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

    Camila considerou que a saída de Mansueto ocorre em um “momento delicado”, mas que “a preocupação é com o processo de recuperação”.

    “O mercado financeiro está visando essa liquidez que tem no mercado internacional, principalmente por parte do investidor estrangeiro e uma sinalização clara da recondução da política fiscal é importante, e o Mansueto tinha esse papel”, avaliou. “Se a substituição dele for por algum perfil similar, ok. Se não for, vai pesar para o mercado financeiro”, completou.

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    Silveira pontuou que se a saída tivesse sido anunciada em outro momento “talvez não teria problema”. “O Mansueto tem cumprido um papel fundamental desde o governo Temer, e ele sair agora é um sinal que não é muito legal. São sinais não positivos para um Brasil que vai precisar de muito capital político na questão fiscal daqui a pouco”, concluiu. “Ele saiu em um momento ruim. É um sinal ruim”, completou.

    Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, e Pedro Paulo Silveira, da Nova Fut
    Camila Abdelmalack, da Veedha Investimentos, e Pedro Paulo Silveira, da Nova Futuro Investimentos, falam à CNN
    Foto: CNN (15.jun.2020)
     
    Questionados sobre a importância da estabilidade política para a aprovação das reformas e a tranquilidade do mercado financeiro, os dois concordaram que as crises políticas são um agravante entre os pontos de estresse para os investidores.

    “Tem um planejamento por parte da equipe econômica, mas elas têm que caminhar dentro do Congresso Nacional, e o clima político acaba pesando nisso”, observou. “O termômetro político é muito importante para o mercado financeiro, porque não adianta existir a reforma e ela não ter sido aprovada, então não tem como tirar essa conexão, infelizmente”, acrescentou.

    Silveira refletiu que será dura a discussão política pela aprovação das reformas no Congresso e que será necessário encontrar “alguém que seja tão convincente” quanto Mansueto – e que tenha tanta credibilidade para o mercado financeiro -, mas que isso levará tempo. “É uma perda”, concluiu.

    (Edição: Leonardo Lellis)

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