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    Economista chama proposta econômica de Lula de PEC do “Precipício”

    Elena Landau, economista e advogada, afirma que minuta apresentada pelo governo vai levar o Brasil para um alto ritmo de endividamento

    Diego Mendesdo CNN Brasil Business , São Paulo

    Em entrevista à CNN Brasil, a economista e advogada Elena Landau, disse que essa confusão feita pela equipe de transição do governo eleito foi desnecessária. Segundo ela, já havia uma expectativa de que seria necessária uma transição para o ano de 2023 e que estava precificado politicamente, economicamente, ou seja, ninguém achava que o governo iria entrar em 2023 com orçamento recebido do governo Bolsonaro.

    De acordo com ela, o equívoco foi tirar completamente do teto um valor muito acima do esperado, não apenas para complementar os R$200 do Auxílio Brasil. Além disso, está em discussão de que a PEC do Estouro seja permanente.

    “Eu chamo de PEC do “Precipício”, porque é levar o Brasil para um ritmo de endividamento muito grande”, declara Landau.

    Ela analisa que a alta do dólar não é momentâneo, pois o real desvalorizando, aumenta a inflação, o preço dos alimentos, combustível, e é exatamente o mais pobre que vai sofrer as consequências.

    “O tomador de empréstimo que perde com os juros altos. Então, quando se fala de responsabilidade fiscal não existe isso de ‘o mercado quer’. Não são três ou quatro pessoas donas do mercado, são milhares de brasileiros que dependem das taxas de juros e do crédito”, completa.

    Para Landau, Lula fez uma inversão de etapas. Primeiramente Deveria ter olhado o orçamento recebido, cortado as gorduras, revisar as desonerações de combustíveis, enfim, dar atenção a uma série de questões que estão mal colocadas no orçamento – inclusive, muito pouco recurso para o social.

    “Depois vem exatamente o que era necessário para cumprir a promessa dos R$ 600. Todas as contas indicavam que R$ 52 bilhões era necessário para cumprir as promessas dos R$ 200. Isso estava precificado, com um pouco mais de gordura. Se falava até em R$ 90 bi, R$ 100 bi no máximo”, mostra.

    Porém, o que Landau explica é que o que se tem agora é a PEC ignorando as negociações políticas. “Promessas de campanha não precisa de waiver. Promessa de campanha é para ser negociada no Congresso Nacional. Se vai aumentar o salário mínimo em termos reais, se vai fazer faixa de isenção do imposto de renda, se vai recuperar orçamento em determinadas áreas, isso tem que ser discutido dentro do orçamento do Congresso”, destaca.

    Confirma acima a entrevista na íntegra.

    *Produzida por Jorge Fernando Rodrigues

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