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    ‘Dono’ da Amazon, Jeff Bezos deve se tornar o primeiro trilionário do mundo

    Estudo de uma consultoria americana diz que o CEO pode chegar ao patrimônio de US$ 1 tri antes de 2026, se o ritmo dos ganhos continuarem assim

    O CEO e fundador da Amazon, Jeff Bezos
    O CEO e fundador da Amazon, Jeff Bezos Foto: Alex Wong/Getty Images

    Manuela Tecchio,

    do CNN Business, em São Paulo

    Acionista e CEO da Amazon, uma das empresas que mais cresceu durante a crise econômica induzida pela pandemia de coronavírus, Jeff Bezos ficou entre os assuntos mais comentados do mundo no Twitter na última quarta-feira (14). O motivo foi um estudo publicado pela consultoria Comparisun, cujos resultados afirmam que o empresário deve se transformar no primeiro trilionário do mundo, em 2026, aos 62 anos.

    Na pesquisa, a agência analisou o valor de mercado das maiores empresas de capital aberto na bolsa de valores de Nova York, além do patrimônio das 25 pessoas mais ricas de acordo com o ranking da revista Forbes. Bezos entrou na lista dos 400 americanos mais afortunados em 1998, apenas quatro anos depois de fundar a Amazon. Na época, o empresário contava com uma fortuna de US$ 1,6 bilhão.

    Com um patrimônio líquido atualmente avaliado em US$ 143 bilhões — que, segundo o relatório, parece ter aumentado em R$ 125 bilhões só em março — Bezos ainda teria um longo caminho a percorrer. Mas, levando em conta o ritmo com que seus investimentos crescem, o primeiro trilhão de dólares pode chegar mais cedo do que o esperado.

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    Considerado, com folga, a pessoa mais rica do mundo, entre as fortunas “públicas”, Bezos viu seu patrimônio crescer, em média, 34% nos últimos cinco anos. A principal fonte de toda essa renda é sua participação na Amazon, de 11,2%, somada a seu salário de CEO. 

    A empresa tem sido uma das mais bem-sucedidas durante a implementação de políticas de isolamento social no combate ao coronavírus, já que trabalha com entregas e serviços de logística—setores que viram a demanda triplicar nos últimos meses, em todo o mundo. Só no primeiro trimestre, as vendas da companhia atingiram mais de US$ 75 bilhões.

    Divórcio

    O primeiro trilhão poderia chegar mais cedo, não fosse o acordo vertiginoso do divórcio de Bezos. No início de 2019, ele e a esposa, a escritora Mackenzie Bezos, que estavam casados há 25 anos e tiveram quatro filhos anunciaram que estavam em processo de separação. 

    Ao fim do acordo, MacKenzie Bezos ficou 25% das ações da Amazon que o casal controlava. No fim das contas, isso deu a Mackenzie uma participação de 4% na empresa, que totalizava, na época, cerca de US$ 38 bilhões.

    Desigualdade

    Assim como Bezos, outros bilionários tem ficado mais ricos durante a crise. Em uma prévia de um estudo realizado pelo Institute for Policy Studies (IPS), publicada por Chuck Collins, em sua coluna no CNN Business, os pesquisadores constataram que a riqueza dos bilionários americanos aumentou em quase 10% em apenas três semanas, desde que a crise do coronavírus atingiu todas as partes do mundo. 

    Enquanto isso, pesquisadores da Universidade de Columbia projetam que as taxas de pobreza nos Estados Unidos (EUA) podem atingir os níveis mais altos dos últimos 50 anos. “Já vimos isso acontecer antes, na recuperação da crise econômica de 2008 — que, para a maioria dos americanos, nunca terminou. De fato, a maioria das famílias americanas foi atingida por essa pandemia ainda sob os efeitos da ressaca econômica daquela época.”, diz Collins no artigo.

    Apenas 20% das famílias dos EUA conseguiram recuperar completamente a riqueza que possuíam antes da Grande Recessão, de acordo com o estudo do IPS. Por outro lado, os 400 homens mais ricos do mundo, listados pela Forbes 400, haviam recuperado completamente sua fortuna somente três anos após a crise. Em uma década, a riqueza desses bilionários havia crescido mais de 80%.

    “Mesmo com a pandemia, a riqueza combinada dos bilionários norte-americanos ainda é maior do que era há um ano, segundo nosso estudo. Pelo menos oito desses bilionários acrescentaram mais US$ 1 bilhão à sua riqueza durante a crise do coronavírus”, afirmou o colunista.

    Entre os que cresceram durante a pandemia estão Eric Yuan, CEO da Zoom, e Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft, dono do Skype e do Teams. Os dois têm visto suas companhias lucrarem com o aumento da demanda por videoconferências.

    Mas ninguém se beneficiou tanto quanto Bezos, que viu sua riqueza disparar em US$ 25 bilhões desde. “Esse crescimento — maior que o PIB inteiro de Honduras — não tem precedentes na história dos mercados modernos”, disse ainda Collins.