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    Dólar sobe pelo 6º dia e vai a R$ 5,26, à espera de novo corte de juros

    Por um lado há esperança de estímulos por parte do governo americano, mas o mundo ainda teme uma segunda onda de infecções pelo novo coronavírus

    Mulher passa em frente a casa de câmbio em São Paulo (05.mar.2020)
    Mulher passa em frente a casa de câmbio em São Paulo (05.mar.2020) Foto: Rahel Patrasso/Reuters

    O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (17) em alta de 0,55%, cotado a R$ 5,261 na venda, em um dia de cautela e compasso de espera no mercado financeiro. Foi o sexto dia seguido de alta, depois de a moeda ceder no início de junho e chegar a cair abaixo dos R$ 5 por alguns dias pela primeira vez desde março.

    O clima nos mercados globais segue dividido, com as esperanças de uma recuperação econômica em relação à crise do coronavírus sendo compensadas pela alta de casos de Covid-19 na capital chinesa e em vários estados norte-americanos.

    No Brasil, o compasso de espera pela nova decisão de juros do Banco Central (BC) deu o tom das negociações do dia. O anúncio deve ser feito à noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom), com um provável corte que renovará a mínima histórica da taxa Selic. Com os juros básicos da economia tão em baixos, analistas temem que o Brasil perca ainda mais sua atratividade para o investidor estrangeiro.

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    Segundo economistas consultados pela agência de notícias Reuters, o Copom provavelmente reduzirá a taxa Selic em 75 pontos-base, para 2,25%. A decisão de política monetária do BC pode ter grande peso nos movimentos cambiais, uma vez que a redução da Selic afeta rendimentos locais atrelados aos juros básicos. Quanto menores os juros, menos atraente o Brasil fica para os investidores estrangeiros, o que afeta o fluxo dos mercados e, consequentemente, o valor do real.

    Analistas do Bradesco escreveram que, além de novas tensões geopolíticas envolvendo China e Índia na fronteira do Himalaia, um “assunto que impõe cautela é o aparecimento de novos casos de Covid-19 na China e em alguns estados norte-americanos”. O relatório destaca, entretanto, as expectativas positivos sustentadas por dados positivos nos EUA e por evoluções favoráveis de medicamento voltado ao tratamento de casos graves de Covid-19.

    No Brasil, a valorização do dólar nos últimos meses é respaldada pelo clima de incerteza do lado político, que na visão do mercado atrapalha a retomada dos debates sobre reformas econômicas. O tombo pior que o esperado nas vendas do varejo brasileiro em abril tampouco ajudou.  

    O mercado já devolveu parte do recente rali no exterior, enquanto aqui o dólar se afasta mais das mínimas abaixo de R$ 5 atingidas no começo de junho. Enquanto aumentam temores sobre impactos negativos de tanta oscilação na taxa de câmbio no Brasil sobre a esperada recuperação, analistas adotam cada vez mais cautela sobre o recente otimismo nos mercados externos.

    “O contexto de recuperação dos ativos continua frágil e dependente de fatores de baixíssima previsibilidade”, disse a Infinity Asset em nota, mas “a monumental liquidez internacional força os investidores a manterem um cenário de mercado praticamente apartado do que se considera o mundo real”.

    “Ainda vejo desafios pela frente e uma recuperação muito heterogênea da economia, uma vez passados esses efeitos iniciais. O mercado tem sim motivos para celebrar, mas precisamos sempre medir o que já está no preço em cada momento do tempo”, disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.

    *Com Reuters

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