Dólar fecha com alta semanal de 0,83% após 3 semanas de queda; Ibovespa cai 0,75%
Commodities foram os principais responsáveis pelo impacto negativo do principal índice da B3
O dólar encerrou o acumulado da semana em alta de 0,83%, após três semanas consecutivas de queda nas quais acumulou baixa de 6,60%. Enquanto o Ibovespa contabilizou uma perda de 0,75%, interrompendo sequência de três altas semanais.
A moeda norte-americana, em 30 de maio, subiu 0,30%, num dia de menor volume de negócios e sem a referência dos mercados norte-americanos, fechados por causa de feriado, o que abriu espaço para volatilidade às vésperas da formação da Ptax (taxa de câmbio) de fim de mês.
No dia seguinte, o dólar ficou estável, com alta de 0,02%, após oscilar entre perdas e ganhos num dia sem direção comum nos mercados globais de câmbio e ao fim de um mês instável marcado por preocupações com desaceleração econômica global.
No mês, segundo um levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating feito a pedido do CNN Brasil Business, a moeda brasileira valorizou 4% frente o dólar, com o sétimo melhor desempenho dentre 120 países.
Já na quarta-feira (1º), a moeda norte-americana fechou com valorização de 1,10% – maior alta percentual diária desde 9 de maio, quando subiu 1,62%. No pregão desta semana, houve um aumento na aversão ao risco por parte dos investidores após dados sobre a indústria dos Estados Unidos indicarem uma economia mais aquecida que o esperado.
Movimento esse que permitiria um ciclo de alta de juros mais intenso sem levar o país a uma recessão, beneficiando a moeda norte-americana.
Na penúltima sessão do da semana, o dólar caiu 0,42%, seguindo um desempenho fraco no exterior. A informação de que a Opep+ aumentará mais a produção de petróleo que o previsto reduziu o pessimismo do mercado mesmo com alta nesta sessão, já que pode ajudar a conter o cenário inflacionário global ao reduzir os preços da commodity.
E, nesta sexta-feira, a moeda encerrou com uma desvalorização de 0,18%. O dólar operou com estabilidade ao longo da sessão, enquanto investidores repercutiram a divulgação do relatório Payroll de geração de vagas de empregos não-agrícolas nos Estados Unidos.
Os analistas do UBS informaram em um relatório no começo desta semana que o dólar nos mercados globais não deve subir “muito mais” ante os patamares de agora. E também rebaixaram a classificação da moeda norte-americana de “preferida” para “neutra”.
“Embora o dólar tenha até recentemente provado seu valor como hedge na carteira, a narrativa de investimento do mercado de câmbio está mudando. O dólar se fortaleceu a um ponto em que vemos apenas ganhos incrementais e temporários à frente”, disseram os profissionais no documento.
Ibovespa
O principal índice da B3 começou a semana fechando em queda de 0,81% puxado pelos desempenhos negativos do dia, as estatais, em especial a Petrobras e o Banco do Brasil. Os ativos da petrolífera caíram mais de 3%, ao serem prejudicados pelas incertezas em torno da troca da nova presidência da companhia – movimento esse que também puxou para baixo as ações da financeira.
No dia seguinte, o Ibovespa encerrou em alta de 0,29%, favorecido pelo desempenho positivo dos papéis ligados à commodities, principalmente o minério de ferro e o petróleo. Na terça-feira (31), os futuros de minério de ferro revisitam marca de US$135 a tonelada. Já o petróleo Brent fechou a US$ 122,84, com alta de 0,96%.
Vale destacar que em maio, segundo o levantamento da Austin Rating, o índice ocupou o quinto lugar entre 78 países em uma lista de bolsas que tiveram maior alta no mês. O Ibovespa subiu 8,48%,
Já na quarta-feira, para abrir o mês de junho, o benchmark fechou na estabilidade, positivo em 0,01%, em uma sessão volátil. O índice foi levemente beneficiado pelo desempenho positivo de ações ligadas a commodities.
No penúltimo dia da semana, por outro lado, teve alta de 0,93% no fechamento do pregão, com as companhias ligadas ao minério de ferro impactando o índice. A commodity teve seu preço elevado por conta das expectativas de uma demanda maior por parte da China.
Na véspera, o país asiático arrefeceu após dois meses a sua política de Covid-zero.
E, nesta sexta-feira (3), o Ibovespa terminou em queda de 1,15%, após seguir as fortes quedas nas bolsas norte-americanas e tendo sido prejudicado pela visão mais pessimista dos investidores, com temores de uma possível recessão nos Estados Unidos, aumentando a aversão a riscos e retirando investimentos de mercados considerados mais arriscados e emergentes, como o Brasil.
O Fed já sinalizou que pretende realizar altas de 0,5 ponto percentual nos juros nas reuniões de junho e julho, com o presidente da autarquia descartando elevações maiores.
*Com informações da Reuters