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    ‘Direção de ajuste fiscal não muda’, diz Mansueto, que fica no governo até julho

    Secretário do Tesouro Nacional pediu demissão a Paulo Guedes há cerca de três semanas

    Jéssica Otoboni,

    da CNN, em São Paulo

    O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou à CNN, nesta segunda-feira (15), que fica no cargo até o final de julho e garantiu que a direção do ajuste fiscal não muda. Ele disse estar cansado e ressaltou que a sua saída é uma decisão difícil em razão do bom relacionamento que afirma ter com o ministro da Economia, Paulo Guedes.

    De acordo com o colunista Igor Gadelha, Mansueto pediu demissão a Guedes há cerca de três semanas e o avisou que deverá seguir para a iniciativa privada.

    À CNN, Mansueto afirmou que é importante avançar nas reformas tributária e administrativa para conseguir recuperar parte da arrecadação perdida em razão da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. “O maior desafio do pós-Covid é avançarmos nas reformas estruturais”, disse ele, citando a complexidade do sistema tributário brasileiro.

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    O ministro falou também que o investidor não deve se preocupar com a saída dele do cargo e ressaltou a importância de construir viablidade política para avançar nas reformas. “Bom diálogo político acalma investidores”, disse.

    Mansueto afirmou ainda que chegar a um consenso sobre reformas exige muito debate. “Quando o Congresso não consegue criar o consenso para avançar nas reformas é porque muitas vezes ele não existe na sociedade brasileira.”

    Sobre a crise atual, ele disse que o Brasil terá uma “piora fiscal muito grande” e que objetivo é discutir o pós-crise para não deixar essa piora comprometer o futuro.

    Mansueto já vinha manifestando intenção de deixar o Tesouro desde o segundo semestre de 2019. Em dezembro, Guedes chegou a anunciar que indicaria o secretário para comandar o futuro Conselho Fiscal da República, previsto para ser criado após a aprovação de um novo pacto federativo pelo Congresso Nacional.

    Contudo, com a pandemia do novo coronavírus, a discussão sobre o pacto federativo não avançou no Legislativo, e Mansueto resolveu deixar o governo agora. Nesta segunda-feira, ele afirmou que ainda não sabe o que vai fazer em 2021, mas garantiu que irá para o setor privado.