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    Desafios para novo ministro do Trabalho serão enormes, diz Hélio Zylberstajn

    À CNN, o professor da Faculdade de Economia e Administração da USP afirmou que reversão do desemprego só virá com investimento

    Onyx Lorenzoni deve assumir o comando da nova pasta do Trabalho (10.abr.2019)
    Onyx Lorenzoni deve assumir o comando da nova pasta do Trabalho (10.abr.2019) Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

    Amanda Garcia, da CNN Brasil, em São Paulo

     

    O Ministério do Emprego e Previdência – que deverá ser recriado com Onyx Lorenzoni no comando, segundo o presidente Jair Bolsonaro – terá “desafios enormes” pela frente, segundo Hélio Zylberstajn, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP. Em entrevista à CNN, ele afirmou que o trabalho da equipe que hoje cuida da área deve ser mantido: “Ela faz um trabalho admirável há muito tempo, desde a época da reforma trabalhista. É a equipe que assessorou o Rogério Marinho e está refazendo todas as portarias e decretos.”

    Segundo ele, o mercado de trabalho está se transformando. “Vamos ter cada vez menos empregos, mas mais trabalhadores. É um desafio para as políticas de trabalho”.

    Um dos grandes pilares do ministério será trazer de volta ocupação para os quase 25 milhões de trabalhadores que estão procurando vagas ou desistiram e estão desalentados. “Não tem reforma trabalhista que dê conta, precisamos voltar a crescer para absorver a mão de obra ociosa. E, para crescer, é preciso investimento, ou seja, quanto do PIB a gente deixa de consumir para investir, como em obras de estrada, ferrovia, infraestrutura de água e esgoto”, defendeu Zylberstajn.

    Ele avalia que o “caminho é simples e ao mesmo tempo difícil”. “O Brasil se industrializou com a liderança do investimento público, o Estado sempre puxou nosso crescimento; esse modelo está esgotado com o Estado quebrado, precisamos atrair o investimento privado.”

    O economista acredita que o enfrentamento não é função apenas do Ministério do Trabalho e tem de ser abraçado por empresas, sindicatos, poder judiciário e, especialmente, pelo sistema educacional. “O sistema educacional tem de estar sintonizado com o mercado de trabalho, nossa escola não profissionaliza, ela é acadêmica, temos que virar a chave, temos que dar educação boa, mas ensinar as crianças os comportamentos e atitudes para o trabalho”, afirmou.