Defendemos liberdade econômica, diz presidente do SindiTelebrasil sobre Huawei
Marcos Ferrari diz que o Brasil precisa de segurança jurídica e regulatória para o leilão
Com as diversas tensões geopolíticas envolvendo os leilões da tecnologia 5G e a empresa chinesa Huawei, o presidente do Sindicato das Empresas de Telefonia e Serviço Móvel Celular (SindiTelebrasil), Marcos Ferrari, disse à CNN que sua instituição está como “espectadora” em relação aos embates internacionais e que acredita na “ética e boa fé” dos fornecedores, sejam eles Huawei, Ericsson, Nokia ou Qualcomm.
“Nós avaliamos como uma questão geopolítica [os debates sobre a presença da Huawei no leilão de 5G no Brasil], não cabe a nós fazermos comentários sobre isso. Defendemos que se faça valer o princípio da liberdade econômica.”
Ele lembra que os equipamentos de 4G no Brasil atualmente são divididos entre Ericsson e Huawei, e que também serão usados para o 5G após adaptação.
“A pergunta é: quem vai arcar com o custo de adaptação? Queremos que o mercado resolva a questão, porque sempre que há intervenção governamental fora da regulação da Anatel, o setor acaba se desorganizando”, disse Ferrari.
Leia também:
Militares já veem ressalvas à tecnologia chinesa no 5G
‘Brasil tem de se proteger com chegada do 5G’, diz John Bolton à CNN
Teles: Reforma tributária eleva carga do setor de 47% para 49% e prejudica 5G
Ele ressalta que, para além das discussões dos participantes do leilão, o governo deve garantir segurança jurídica para as empresas operarem, e relembra que há dois anos não se constrói nova antena em São Paulo por limitações burocráticas, dificultando a cobertura na capital paulista.
“O 5G precisa de cinco a dez vezes mais antenas do que o 4G. É difícil pensar em fazer um leilão dessa maneira. Nossa visão é objetiva, precisamos ter segurança jurídica e regulatória para o leilão.”
(Edição: Bernardo Barbosa)