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    Covas se esquiva e diz que decisão de lockdown em São Paulo cabe a Doria

    É a primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus que os dois tucanos se desentendem em público

    O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (C), em coletiva ao lado do vereador Eduardo Tuma (E) e do secretário municipal de saúde, Edson Aparecido
    O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (C), em coletiva ao lado do vereador Eduardo Tuma (E) e do secretário municipal de saúde, Edson Aparecido Foto: Reprodução/ Cidade de São Paulo/ YouTube

    Raquel Landimda CNN

    O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou neste domingo que “não tem condições de decretar um lockdown ” na cidade e que a decisão cabe ao comitê de saúde do Estado. Na prática, portanto, que a medida extrema de isolamento social teria que ser tomada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

    É a primeira vez desde o início da pandemia do novo coronavírus que os dois tucanos se desentendem em público. Segundo fontes que acompanham o assunto, a decisão formalmente caberia ao prefeito, mas Covas estaria se esquivando por causa da proximidade do ano eleitoral.

    O prefeito argumentou na coletiva de imprensa que o lockdown só é possível se abranger toda a região metropolitana de São Paulo, porque existem mais de 1,7 mil ruas compartilhadas entre os vários municípios. Prefeitos de cidades próximas à capital são contra um isolamento social mais forte por causa do impacto na atividade econômica.

    O lockdown é uma medida extrema para conter a disseminação do vírus no qual apenas as atividades essenciais funcionam e as pessoas podem ter até uma restrição de horário para sair às ruas. Atualmente o comércio está fechado em São Paulo, mas cerca de 70% dos setores continuam funcionando. Os restaurantes, por exemplo, conseguem fazer esquema de delivery.

    A necessidade de um lockdown em São Paulo vem sendo discutida à medida que o vírus avança na capital paulista, que é epicentro da doença no país. Conforme a Prefeitura de São Paulo, mais de 70% das enfermarias da cidade estão cheias e a lotação dos leitos de UTI chega a 90%.

    Pessoas próximas ao governo de São Paulo dizem que Doria tem dúvidas sobre a decretação do lockdown por causa da dificuldade de implementação. Se a medida for adotada, seria muito difícil para a polícia fiscalizar e prender as pessoas que desrespeitarem a restrição, principalmente nas periferias.
    Também pesa nessa situação a pressão do governo federal. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro conversou com empresários reunidos pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e fez um apelo para que pressionassem Doria a não decretar o lockdown. “Se isso acontecer é guerra”, disse Bolsonaro na ocasião.

    O governador de São Paulo disse à CNN que decisões sobre lockdown serão tomadas em conjunto. Segundo ele,  sem o apoio do governo, por meio do policiamento, nenhuma metrópole conseguiria implementar a medida. Ainda de acordo com Doria, o protocolo para lockdown existe, não está descartado, mas não será implementado por ora.