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    Copom surpreende com comunicado mais assertivo sobre inflação, diz economista

    Apesar da alta dos juros, o atual patamar da Selic ainda é "estimulativo", segundo Rafaela Vitória, do Banco Inter

    Layane Serrano e Natália Flach, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Apesar de não ter surpreendido com a decisão de elevar a taxa básica de juros do país em 0,75 ponto para 4,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) foi mais assertivo do que o esperado no comunicado divulgado nesta quarta-feira (16). Para a economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitória, o Banco Central foi “mais duro com o compromisso de combater a inflação”.

    Apesar disso, o novo patamar de juros não deve desestimular o consumo nos próximos meses, grande motor da inflação. Isso porque a Selic continua baixa, em um nível “ainda estimulativo”.

    “Acho que é uma preocupação mais para frente quando o Copom chegar perto do que [a autoridade monetária] chamou de taxa neutra, pois aí se inicia um novo debate: qual seria a taxa neutra certa”, diz a economista. Essa tal taxa neutra seria um patamar de juros suficiente para compensar a inflação e desestimular o consumo.

    Para a economista-chefe, a Selic não deve ter impacto sobre o mercado de trabalho — mais especificamente sobre o desemprego. O que deve ajudar nesse sentido é a reabertura da economia com o avanço da vacinação. “Mas o Banco Central está de olho nisso, sim. Em seu comunicado, foi muito claro ao dizer que ao fim do período de ajustes quer chegar a percentual [de juros] que não impacte o crescimento econômico.”

    Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, em entrevista à CNN (16.jun.20
    Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, em entrevista à CNN (16.jun.2021)
    Foto: CNN Brasil

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