Conselho da Petrobras se reúne e pode avaliar mudanças na PPI
Executivo envolvido na gestão da empresa afirmou à CNN que “qualquer coisa [que seja discutida] sobre a PPI é para fortalecer e não enfraquecer” o mecanismo de ajuste dos preços dos combustíveis
O Conselho de Administração da Petrobras faz reunião nesta quarta-feira (26) e pode discutir mudanças na política de preços da companhia, que segue a oscilação dos valores negociados no mercado internacional. Fontes ouvidas pela CNN confirmaram o encontro e a possibilidade de a pauta incluir alterações na PPI – Política de Paridade Internacional.
Um executivo envolvido na gestão da Petrobras afirmou à CNN que “qualquer coisa [que seja discutida] sobre a PPI é para fortalecer e não enfraquecer” o mecanismo de ajuste dos preços dos combustíveis. A fonte ressalta que ainda não há uma proposta fechada para essa mudança, mas sinalizou que o colegiado pode aproveitar as últimas semanas da atual composição antes da Assembleia Geral Extraordinária dos acionistas marcada para dia 19 de agosto.
À CNN, uma fonte afirmou que a transferência da decisão sobre os preços dos combustíveis para o Conselho de Administração não estaria em discussão, já que este não é seu o papel e sim da diretoria da Petrobras. A mesma fonte ressalta que em qualquer empresa, o colegiado não age como gestor do negócio, ele colabora para decisões estratégicas, de mais longo prazo, como política de investimentos.
O governo quer trocar executivos que foram indicados pelo ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, demitido em maio pelo presidente Bolsonaro. Dois dos oito nomes indicados pelo governo foram vetados pelo Comitê de Pessoas e pelo atual Conselho da estatal, por descumprirem o que manda a Lei das Estatais e o estatuto da companhia.
Mesmo assim, o MME não desistiu de emplacar Jônathas Castro, atual secretário-executivo da Casa Civil e Ricardo Soriano, procurador-geral da Fazenda Nacional e vai manter os dois na lista que será avaliada pelos acionistas na AGE.
Na última assembleia, em abril deste ano, os conselheiros que representam os minoritários sugeriram alterações no estatuto da Petrobras para fortalecer a governança e aumentar a blindagem contra interferências políticas na gestão da petrolífera. A AGE havia sido convocada para aprovar a terceira troca da presidência da estatal e nomear José Mauro Ferreira Coelho ao cargo de CEO, em substituição ao general Joaquim Silva e Luna.
Quarenta dias depois, Ferreira Coelho foi demitido por Bolsonaro e substituído por Caio Paes de Andrade, ex-secretário do Ministério da Economia. Paes de Andrade também depende da aprovação final dos acionistas na AGE de 19 agosto para ser confirmado como conselheiro e CEO da Petrobras.