Conheça 3 tendências que vão mudar a forma como você paga suas contas e compras
CNN Brasil Business ouviu as três maiores bandeiras de cartões no país para descobrir quais devem ser as tendências de pagamentos neste ano
A pandemia do novo coronavírus alterou a forma com que os brasileiros pagam suas contas e compras. E a expectativa é que o uso de cartões de crédito, débito e pré-pagos continue crescendo e supere R$ 2,3 trilhões em 2021, aumento de 20% em comparação com 2020, de acordo com Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
Há expectativa de que o WhatsApp Pay entre em operação ainda neste semestre, segundo o presidente da Cielo, Paulo Caffarelli. O Banco Central deve autorizar que a ferramenta se torne um iniciador de pagamentos, segundo reportagem do Estadão Conteúdo, o que permitiria fazer uma transação financeira para um contato sem ter de acessar seu banco ou fintech. Algo tão simples quanto o PIX, meio de pagamento criado pelo BC.
Aliás, em janeiro, foram transacionados R$ 160 milhões pelo PIX. Ao todo, quase 40 milhões de pessoas físicas receberam algum valor pelo PIX no mês passado — aumento de 43% em relação a dezembro — e 37,1 milhões fizeram algum pagamento no mesmo período, 40% a mais que no mês anterior. E não deve parar por aí.
Neste cenário, o CNN Brasil Business ouviu as três maiores bandeiras de cartões do país para descobrir quais devem ser as tendências de pagamentos para este ano.
1. Contacless: aproximou, pagou
Devido ao alto risco de contágio da Covid-19, digitar a senha nas maquininhas para realizar uma compra não parece ser uma boa ideia. Por isso, pagar por aproximação, sem nenhum tipo de contato físico, foi a saída para milhares de consumidores.
De acordo com dados da Abecs, a modalidade movimentou R$ 22,7 bilhões de janeiro a setembro de 2020, um avanço de 478% em relação ao mesmo período de 2019. Em dezembro, o limite de transações sem o uso da senha passou de R$ 100 para R$ 200.
De olho nessa tendência, a Visa Brasil passou a investir nos pagamentos por aproximação em meios de transporte, como nas linhas da SPTrans em São Paulo, além do metrô e das barcas do Rio de Janeiro.
“Depois que o consumidor percebe a facilidade e a segurança do pagamento por aproximação, ele entra nessa tendência”, explica Fernando Teles, responsável pela operação da Visa no Brasil.
O sucesso desta modalidade fez com que muitos comerciantes mudassem a pergunta para os clientes “é por aproximação no crédito ou no dábito?”.
2. Débito online veio para ficar
Para evitar sair de casa, os brasileiros passaram a comprar mais pela internet e descobriram o débito online.
Os pagamentos remotos por débito movimentaram cerca de R$ 25,6 bilhões no último trimestre de 2020, de acordo com a Abecs. Essa modalidade ganhou impulso com a conta social digital criada para facilitar o repasse de benefícios sociais, como o auxílio emergencial.
“Quando olhamos para os beneficiários do auxílio, eram pessoas que tradicionalmente usavam dinheiro e passaram a usar o cartão de débito. É um novo entrante, porque a pessoa não deixará de usar dinheiro, mas passará a usar esse novo recurso”, afirma Felipe Maffei, diretor de inovação e produtos da Elo.
De acordo com dados da bandeira, somente em 2020, foram feitas 116 milhões de transações. “As pessoas que tinham acesso ao auxílio com cartão debito online da Elo movimentaram cerca de R$ 40 bilhões ”, completa.
3. E-commerce: passear no shopping ficou no passado
Até quem nunca tinha feito compras pela internet se arriscou em alguma compra online durante a pandemia. Segundo um estudo realizado pela Mastercard em parceria com a Americas Market Intelligence (AMI) no final de 2020, 36% dos brasileiros planejam realizar mais compras online do que físicas e 27% pretendem optar pelo delivery de comida.
Para João Pedro Paro Neto, presidente da Mastercard, o e-commerce não sairá de moda, mesmo depois da pandemia.
“As compras do e-commerce vieram para ficar, e eu acredito que essa tendência crescerá duas vezes mais”, afirma.
As vendas online são uma das apostas para movimentar a economia este ano. Para Teles, estar no e-commerce só traz ganhos para os varejistas.
“Quando o varejo entra também no e-commerce, observa uma série de novos consumidores, além de passar a contar com uma série de informações sobre o seu negócio que não necessariamente tinha antes, como tíquete médio e pico de vendas”, explica.
*Com supervisão de Natália Flach