Comércio do Rio pode perder mais de 4,6 bilhões com feriados este ano
O período de carnaval não foi considerado, já que a data foi adiada por conta da pandemia da Covid-19
O ano de 2021 terá 13 feriados comerciais na cidade do Rio de Janeiro, sendo 12 deles em dias úteis com possibilidade de prolongamento, pois emendam com o fim de semana. Dessa forma, serão apenas 353 dias úteis para o comércio varejista da capital, que pode perder mais de 4,6 bilhões de reais no ano com os feriados, de acordo com o Clube de Diretores Lojistas- CDLRio.
O período de carnaval não foi considerado, já que a data foi adiada por conta da pandemia. A estimativa é que cada dia parado representa uma perda média de aproximadamente 385 milhões de reais.
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O mês de novembro será o mais prejudicial para os lojistas, com três feriados na cidade. Um deles, o Dia da Consciência Negra, será no sábado, considerado pelos comerciantes o melhor dia de vendas da semana. O presidente do CDLRio, Aldo Gonçalves, afirma que não são apenas os empresários lojistas que perdem com a situação, uma vez que o governo deixa de arrecadar impostos, os prestadores de serviços e autônomos não conseguem trabalhar, e o próprio consumidor não pode comprar. Segundo Gonçalves, os comerciantes podem perder até um salário no ano com o excesso de feriados.
As lojas do município já registram saldo de vendas negativo por causa da Covid-19. Segundo o sindicato, 30% das lojas foram fechadas nos últimos meses no centro do Rio, onde as ruas estão abandonadas. Os lojistas alegam que, além da pandemia e do desemprego, outros fatores afastaram o consumidor da região, como a violência, o grande número de camelôs, o aumento de moradores de rua e a sujeira.
Questionada, a prefeitura afirmou que a revitalização da área central da cidade é um tema prioritário da gestão atual, contudo, para a retomada plena da atividade econômica na região, é essencial a vacinação em massa da população.
Em nota, foi destacado que um Grupo de Trabalho focado no centro do Rio foi criado e terá o prazo de 120 dias para entregar um Plano de Requalificação do Centro da cidade, para cuidar, manter e melhorar o espaço público.
Os estabelecimentos ficaram fechados por 3 meses durante o ano passado, da segunda semana de março até a primeira semana de junho. Durante os nove meses em que estiveram abertos, o ramo de bens não duráveis, que inclui lojas de roupas e sapatos, vendeu quase 7% (6,9%) a menos que em 2019. Já no ramo de bens duráveis, que inclui móveis e eletrodomésticos, a queda foi de 9,2%.
A situação é ainda mais séria quando os três meses de fechamentos são incluídos: cerca de 31,9% de queda no ramo de bens não duráveis e 30,2% de saldo negativo no ramo de bens duráveis.
*Estagiária supervisionada por Isabelle Resende