CEO de rival da Tesla deixa cargo após acusações de irregularidades; ações caem
Hindenburg Research, empresa que ganha dinheiro apostando contra companhias, publicou um relatório que apontaria uma série de delitos da startup Nikola
O fundador da Nikola, Trevor Milton, deixou seu cargo de CEO da empresa após denúncia afirmar que a startup de caminhões elétricos estava enganando investidores e inflando acordo comercial.
Ele também abandonou o conselho da companhia, disse em comunicado veiculado no domingo (20). A Nikola havia negado as alegações e ameaçado agir legalmente contra a empresa que realizou a denúncia.
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Stephen Girsky, antigo vice-presidente da GM e membro do conselho da Nikola, vai assumir o cargo imediatamente.
“O foco deve ser a companhia e sua missão de mudar o mundo, e não eu. Mas pretendo me defender dessas falsas acusações realizadas por detratores”, disse Milton em declaração no Twitter.
A Hindenburg Research, empresa que ganha dinheiro apostando contra companhias, publicou um relatório no início de setembro alegando a ocorrência uma série de delitos por parte da Nikola.
O texto fala, entre outras coisas, que Milton teria apresentado um protótipo de caminhão que ainda está longe de sua fase produção como se já estivesse próximo do mercado. A empresa também é acusada de supervalorizar acordo comercial.
Com isso, as ações da companhia já caíram mais de 22% desde que o relatório foi divulgado. No entanto, ainda acumulam alta de 175% no ano. “Essas alegações são falsas e foram criadas para manipular o mercado, gerando lucro com uma queda arquitetada dos preços dos papéis da Nikola”, afirmou a montadora em resposta às acusações.
Disse ainda que contratou uma empresa de advocacia para explorar possibilidades legais contra a Hindenburg, além de levar o problema para a SEC, a comissão de valores imobiliários americana.
Pouco antes do relatório ser publicado, a Nikola estabeleceu parceria com a General Motors, que disse que ajudaria a startup a desenvolver seus veículos em troca de 11% das ações da companhia.
Executivos da GM afirmam que a empresa tomou todos os cuidados antes de assinar o contrato, mas as ações da montadora também tombaram mais de 5% após divulgação das notícias envolvendo possíveis irregularidades.
Girsky traz um extenso background de Wall Street para a Nikola. Antes de chegar na GM como conselheiro especial, em 2005, ele havia sido, por mais de uma década, analista do setor automotivo no Morgan Stanley. Também foi executivo da Centerbridge Partners.
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