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    Centrão se une por Bolsa Família de R$ 400 e isola Guedes

    Segundo fontes ouvidas pela CNN, o próprio presidente Jair Bolsonaro também apoia o valor e delegou a Ciro a missão de impor à equipe econômica os R$ 400

    Caio Junqueirada CNN

     O novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, uniu a ala política do governo e o Centrão para impor o Bolsa Família de R$ 400 a contragosto do que prega o ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem defendido que o valor não ultrapasse os R$ 300.

    Estão juntos na operação política o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho; da Cidadania, João Roma; das Comunicações, Fabio Faria; da Secretaria de Governo, Flavia Arruda, além do presidente da Câmara, Arthur Lira. Todos defendem o novo Bolsa Família de R$ 400.

    Segundo fontes da Economia, o próprio presidente Jair Bolsonaro também apoia o valor e delegou a Ciro a missão de impor à equipe econômica os R$ 400. A justificativa é a mesma: quanto maior o Bolsa-Família, maior a chance de reeleição.

    Uma avaliação que tem circulado no grupo é a da campanha da reeleição do ex-presidente Lulaa. Em 2005, sua reeleição era desacreditada em razão do escândalo do mensalão, mas o Bolsa-Família foi estruturado e determinante para que ele fosse reeleito em 2006.

    Bolsonaro e a ala política do seu governo querem aproveitar a chegada de Ciro e a força de seu cargo para que ele lidere esse movimento, o que explica o fato de ele mesmo estar à frente da articulação. Nesta tarde, ele foi até a residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para entregar um esboço da proposta de emenda constitucional (PEC) dos precatórios. É por meio dela que Ciro e o Centrão pretendem levantar os recursos para o Bolsa-Família turbinado.

    Ministério da Economia
    Prédio do Ministério da Economia, em Brasília
    Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

    A PEC cumpre a uma determinação do Supremo Tribunal Federal para que a União pagues os precatórios federais, que são dívidas judiciais. Inicialmente, o governo viu a decisão como uma tentativa do Judiciário de emparedá-lo financeiramente, mas as conversas evoluíram e o que era um problema passou a ser encarado, especialmente pelo Centrão, como uma solução.

    Uma das medidas que o texto em discussão prevê é que haja prioridade de pagamento para os precatórios de até R$ 65 mil, o que beneficia os pequenos credores.