Carteira de dividendos: veja 10 ações recomendadas por corretoras para novembro
Empresa do setor elétrico, mineradora e banco lideram em número de recomendações
Os dividendos representam uma parte do lucro de uma empresa que é dividida entre os seus acionistas. Eles são uma das principais formas de se obter dinheiro a partir de ações e, por isso, os investidores podem planejar investir em determinado ativo devido à expectativa de distribuição de altos dividendos.
Diversas casas de investimentos elaboram carteiras com ações recomendadas pensando especificamente nos ativos com histórico, ou previsão, de pagamento robusto de dividendos.
Entretanto, o dividendo depende do lucro da cada companhia, e portanto está ligado com as questões macroeconômicas, setoriais e individuais de cada empresa, com suas influências no desempenho corporativo.
Para o mês de novembro, a atenção dos investidores está concentrada na PEC dos Precatórios, e como o governo financiará o Auxílio Brasil. Além disso, inflação e juros em alta afetam a economia, que continua em um processo de retomada pós-pandemia com o avanço da vacinação.
A carteira
O CNN Brasil Business reuniu as 10 ações mais citadas nas carteiras de dividendos para o mês de novembro. Ela foi criada a partir das recomendações da XP Investimentos, BTG Pactual, Órama, Genial Investimentos, Guide, Nu Invest e Investmind.
O ativo mais recomendado foi a unit da Taesa (TAEE11), empresa do setor elétrico, seguida pela mineradora Vale (VALE3) e pelo Bradesco (BBDC4). Confira:
Taesa
Ação: TAEE11
Comentário: Guide Investimentos
“A empresa permanece com sólida execução das novas concessões, além do atrativo dividend yield [rendimento do dividendo] em que as ações estão sendo negociadas. O baixo risco regulatório da Taesa, que possui contratos longos, com vencimento a partir de 2030, é outro ponto de destaque. A empresa historicamente reporta geração de caixa constante e robusta, com margens bastante elevadas.
Entre os riscos, destacam-se o desenvolvimento dos novos projetos, que podem ter atrasos e custos acima do esperado, e a demora no processo de integração de novos ativos operacionais adquiridos”.
Bradesco
Ação: BBDC4
Comentário: BTG Pactual
“Temos recebido várias consultas ultimamente sobre o mau desempenho recentes das ações de bancos, uma vez que muitos investidores esperavam que o setor ficasse mais defensivo no atual cenário de inflação/juros mais elevados. No geral, vemos um cenário construtivo para o setor.
A margem financeira com clientes pode crescer acima de 10% em 2022, com as inadimplências e as provisões sob controle.
E apesar de um nível de sinistralidade que ainda não recuou para patamares históricos dentro do Bradesco Saúde, os papéis do banco negociam a 1,3x P/VP (Preço da ação/valor patrimonial), e dividend yield estimado de 7,9%, assim vemos as ações negociando em níveis atraentes”.
Vale
Ação: VALE3
Comentário: Investmind
“A Vale é uma das maiores empresas de mineração do mundo e capturou o movimento de alta das commodities no primeiro semestre do ano.
Com a queda brusca do preço do minério de ferro chegando a US$ 90 por tonelada, o preço-alvo reflete um patamar mais baixo nas receitas da empresa ainda esse ano, porém já observamos uma estabilização do minério em torno de US$ 120 por tonelada, que segue em linha com nossas expectativas para a média anual e de longo prazo que se mantém até 2024, então, enxergamos um upside considerável para o papel.
Seguimos com nossa tese de que a Valedeve continuar a se mostrar eficiente na operação e a apresentar alto dividend yield. Esperamos um dividend yield de 9% em 2021”.
Itaú SA
Ação: ITSA4
Comentário: Investmind
“A holding segue diversificando seu portfólio em uma tentativa de ser menos dependente e correlacionada com os resultados do Itaú Unibanco. Os destaques recentes ficam por conta da cisão da XP Inc., da incorporação da Aegea e da alteração de razão social da Dexco (antiga Duratex) e da Copa Energia (antes Copagaz).
Mesmo tendo boas perspectivas para os demais negócios do conglomerado, dificilmente o banco não será o principal driver da Itaúsa pelos próximos anos, devido à diferença de robustez dos negócios.
Apesar disso, temos observado resultados acima das expectativas para o Itaú, que consegue entregar níveis altos de rentabilidade mesmo em um cenário de pandemia. Entretanto, nos chamou a atenção a evolução do desconto entre o valor de mercado da Itaúsa e o valor de mercado da soma de suas partes.
Como acreditamos que o papel está descontado em relação ao seu real valor de mercado e a Itaúsa se configura como uma boa pagadora de dividendos (payout médio de 64% nos últimos 5 anos e 6% de dividend yield esperados para 2021), apostamos em suas ações para o portfólio de dividendos”.
Engie
Ação: EGIE3
Comentário: Órama
“A Engie é uma empresa com foco em geração de energia elétrica, mas também com participações em distribuição e em gás natural. Desde a privatização foi excelente pagadora de dividendos, bem como excelente alocadora de capital, entrando em projetos atípicos com alta taxa de retorno e tendo sucesso consistente.
Além das boas perspectivas associadas às iniciativas recentes no mercado de gás e em eólicas, recomendamos a ação nesta carteira especialmente pelos proventos recorrentes que a companhia paga aos acionistas”.
Copel
Ação: CPLE6
Comentário: BTG Pactual
“Os 4.756 MW de capacidade da Copel geram energia mais do que suficiente para atender à demanda do varejo, de modo que a empresa atualmente vende o excedente ao sistema interligado brasileiro.
Atualmente, a política de dividendos é de payout de 65% caso a alavancagem fique abaixo de 1.5x dívida líquida /Ebitda, e tudo indica que ficará abaixo. A Copel está sendo negociada a uma TIR (Taxa Interna de Retorno) implícita de 9% e dividend yield estimado para 2021 é de 11%”.
Isa Cteep
Ação: TRPL4
Comentário: XP Investimentos
“Durante o mês de outubro, as ações tiveram uma performance melhor do que índice Ibovespa. Acreditamos que o movimento pode ser justificado devido à percepção defensiva que o segmento de transmissão demonstra em meio a um cenário macro desafiador.
Continuamos a não enxergar grandes riscos para a manutenção do pagamento de dividendos da Isa Cteep em 75% do lucro líquido regulatório, dada a sua posição de caixa confortável e a resiliência do segmento de transmissão de energia. Estimamos um dividend yield de 7,6% em 2022”.
Companhia Energética de São Paulo
Ação: CESP6
Comentário: Órama
“A Cesp é uma empresa geradora de energia, hoje controlada pelo grupo Votorantim. A empresa tem um fluxo de caixa bem estável, vindo das usinas hidrelétricas que ela opera, em especial Porto Primavera.
O grupo controlador acabou de propor uma fusão da Cesp com todos os seus ativos de geração, o que pode fazer a companhia dobrar de tamanho.
Além do fluxo de caixa estável, a empresa tem também uma série de ativos e passivos judiciais bastante importantes, e nós acreditamos que esse componente está precificada de forma excessivamente conservadora”.
Telefônica Brasil
Ação: VIVT3
Comentário: Guide Investimentos
“A empresa possui um portfólio completo de serviços de telecom para pessoas físicas, além de soluções corporativas para empresas de todos os tamanhos.
A Vivo aguarda a decisão do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) sobre a aquisição da Oi Móvel em conjunto com Claro e TIM.
No segundo trimestre, a empresa reportou crescimento de suas unidades core, impulsionado pelo crescimento do número de clientes móvel e FTTH. A margem Ebitda no trimestre veio acima do consenso, com a exclusão do ICMS da base de cálculo de PIS/Cofins e contingências.
Vemos os papéis da empresa sendo negociados a um múltiplo atraente, quando comparado a sua média histórica, e ainda possuir um dividend yield robusto”.
Petrobras
Ação: PETR4
Comentário: Investmind
“Enxergamos o investimento em Petrobras com otimismo. Acreditamos que as ações estejam bastante descontadas em relação ao preço-alvo que encontramos em nosso modelo. Porém, é importante ressaltar que a tese de investimentos da Petrobras possui diversos riscos.
Nosso cenário base é de manutenção dos três pilares que sustentam a tese: foco no segmento de E&P no Pré-Sal; venda de ativos não essenciais; manutenção da política de preço de combustíveis.
O terceiro trimestre ficou marcado pela continuidade da estratégia da companhia, em especial da redução da dívida bruta, que superou a meta e destravou uma distribuição de dividendos de mais de R$ 2,40 por ação.
Além disso, se fizermos uma análise por múltiplo EV/Ebitda, vemos que a empresa está muito descontada em relação à sua média histórica, praticamente no mesmo patamar visto durante a derrocada do mercado no crash do Covid, em 2020. Para este ano, esperamos dividend yield de 9%”.