Carmat, fabricante de corações artificiais, iniciará vendas na Europa em 2021
A fabricante de corações artificiais Carmat começa a vender o produto a partir do segundo trimestre de 2021, depois que obteve a autorização da Comissão Europeia e viveu um impulso na compra de suas ações.
Dada a recorrente escassez de doadores de órgãos, o dispositivo de Carmat tem o objetivo de dar suporte a pacientes que sofram de insuficiência cardíaca biventricular em estágio terminal. Trata-se de um quadro mortal, em que o coração não é mais capaz de bombear o sangue de forma adequada pelo corpo.
Embora a Carmat da França ainda não tenha gerado nenhuma receita significativa, seus dispositivos podem representar um grande avanço, já que as doenças cardíacas representam uma das principais causas de morte em todo o mundo.
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No mês passado, a empresa garantiu a aprovação regulatória europeia para seu produto em uma chamada “ponte para o transplante”, embora a Comissão Europeia não tenha aprovado seu coração artificial como um implante permanente.
Várias estimativas apontam que há cerca de 2 mil pacientes na França, Alemanha, Itália, Espanha e Grã-Bretanha que têm insuficiência cardíaca biventricular e estão em listas de espera por um coração.
“Nossa ambição de tratar todos os pacientes que precisam de um coração ainda está lá”, disse o presidente-executivo da Carmat, Stephane Piat, acrescentando que o número de pacientes em potencial que podem usar o coração artificial é grande.
As ações da Carmat subiram 8% às 10h (horário de Brasília), dando-lhe uma capitalização de mercado de cerca de 400 milhões de euros (R$ 2,7 bilhões).
A subsidiária da Airbus, Matra Defense, possui uma participação de 13% na Carmat, enquanto a unidade de capital de risco ALIAD da Air Liquide possui uma participação de 0,6%.
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Piat disse que o dispositivo da Carmat, a ser comercializado sob a marca Aeson, será disponibilizado a partir do segundo trimestre na Alemanha. Em seguida, devem vir a França e outros países europeus.
O desafio do reembolso pelos sistemas de seguridade social se forma no horizonte, já que o preço da unidade do dispositivo chegará a 150.000 euros (R$997 mil).
A Carmat, que sofreu contratempos com a morte de pacientes em testes anteriores, está realizando vários estudos para convencer os governos a comprarem seu produto.
A empresa também quer lançar um estudo nos Estados Unidos, ainda neste trimestre, com a esperança de obter a aprovação da Food and Drug Administration (FDA) para seu dispositivo até 2024.
Entre os concorrentes da Carmat estão a SynCardia Systems e a Abiomed, ambas empresas sediadas nos Estados Unidos.