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    Eletrobras: capitalização deve acabar em janeiro de 2022 e render até R$ 100 bi

    Operação deve reduzir a tarifa de energia de todos os brasileiros, de acordo com estimativa do Ministério de Minas e Energia

    Foto: EPITÁCIO PESSOA / ESTADÃO CONTEÚDO

    Anna Russi, do CNN Brasil Business, em Brasília

     
    Depois de o Congresso aprovar a Medida Provisória que viabiliza a capitalização da Eletrobras, o governo federal estima que a operação de venda de fatia da empresa será concluída em janeiro de 2022. A previsão está em nota do Ministério da Economia divulgada nesta terça-feira (22). 

    De acordo com o comunicado, as próximas principais etapas no processo de capitalização da estatal são as definições de premissas fundamentais à modelagem pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE); a finalização dos estudos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); a homologação da operação pelo Tribunal de Contas da União (TCU); e, finalmente, a oferta primária de ações ao mercado. 

    A expectativa do governo federal é que a operação, decorrente de oferta primária, somada à parcela inicial de outorga, e à potencial venda das ações remanescentes, renda cerca de R$ 100 bilhões aos cofres públicos, se tudo for vendido.

    A maior parte desse valor previsto deverá vir com a venda de fatias do governo na empresa após a capitalização, que deverão render cerca de R$ 80 bilhões, segundo o secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord.

    A operação trará uma modernização do setor elétrico nacional com o fim dos contratos de cotas, com benefícios ao Mecanismo de Realocação de Energia (MRE) – como a redução das garantias físicas das usinas renovadas e as obras de revitalização das bacias -, e com o direcionamento de mais de R$ 40 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético, em benefício da modicidade tarifária de todos os consumidores. 

    “A gente não consegue fazer tudo agora, porque o mercado não teria capacidade de absorção e porque a gente quer capturar o ganho com o choque de gestão que a Eletrobras vai sofrer (com a privatização)…”, declarou ele, em entrevista a jornalistas.

    De acordo com a lei aprovada no Legislativo, com a capitalização, nenhum acionista individual ou em bloco da Eletrobras poderá ter poder de voto superior a 10% do total.

     

    Redução de tarifas

    Entre os pontos mais criticados ao longo da apreciação da MP, estava a possibilidade de aumento da tarifa energética para o consumidor como consequência da capitalização da estatal. Assim, a nota cita uma estimativa do Ministério de Minas e Energia que aponta para uma redução, no cenário-base, de 6,3% na tarifa de todos os brasileiros. No entanto, pondera que esse número ainda tenha que ser revisado a partir das alterações finais do texto, mas que “fica evidente que a redução tarifária será expressiva”. 

    Outro ponto polêmico é a obrigatoriedade da contratação de 8 mil megawatts (MW) de energia gerada por usinas termelétricas a gás natural. Nesse sentido, a equipe econômica destaca que, no texto aprovado pelo Legislativo, fica estabelecido o preço-teto de aproximadamente R$ 360/MWh, sendo que os custos para a construção de eventuais gasodutos estarão embutidos nesse valor. “Ou seja, esse valor compreende a operação completa: construção da térmica e eventual gasoduto.”

    Ainda de acordo com a avaliação do governo, “a contratação do bloco de gás possibilitará o deslocamento das termelétricas a óleo diesel, que custam três vezes o preço-teto proposto e são muito mais poluentes”. Assim, a proposta reforça a redução tarifária e traz segurança ao sistema.

    (Com Reuters)

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