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    Campos Neto: risco de contaminação da inflação futura está no radar do BC

    Nesta quinta-feira (24), o Banco Central divulgou previsão de que o IPCA acumulado em 12 meses atingirá alta de 8,5% até agosto

    Anna Russi, do CNN Brasil Business, em Brasília

    O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a possibilidade de contaminação da inflação futura, em decorrência da pressão atual, está no radar de preocupações da autoridade monetária. Nesta quinta-feira (24), o BC divulgou previsão de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses atingirá alta de 8,5% até agosto

    “Temos discutido isso todo tempo. Foi o motivo pelo qual no começo do ajuste decidimos fazer um ajuste mais incisivo e com comunicação forte, exatamente por entender que pode haver a contaminação”, afirmou. 

    Adicionalmente, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI), o BC também atualização a probabilidade, de 41% para 74%, de a inflação fechar o ano acima do teto da meta de 3,75% em 2021. A mediana das projeções do mercado já está em inflação de 5,9%, de acordo com a última edição do Boletim Focus

    Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana passada, a decisão de aumentar a taxa básica de juros, Selic, de 3,5% ao ano para 4,25% a.a já focou no horizonte da meta inflacionária para o ano-calendário de 2022. “O BC tem um horizonte de atuação que é importante manter e dentro do possível faremos o possível para atingir a meta em 2022”, reforçou Campos Neto. 

    Ainda nesta quinta-feira (24), o Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne para definir e revisar a meta de inflação para os próximos três anos: 2022, 2023 e 2024. Há expectativa no mercado financeiro de que o órgão eleve o ritmo de redução em 0,25 ponto percentual (p.p.) ao ano, que vem adotando nos últimos quatro anos, como forma de abrir espaço para frear o movimento de alta dos juros. 

    Valorização cambial 

    Campos Neto também comentou sobre a recente valorização do câmbio brasileiro frente ao dólar: “é a reação defasada ao super ciclo de commodity, que começou a se evidenciar através dos números na balança e também (o fato de) que grande parte do fluxo de investimento no mundo tem buscado uma mistura de investimento com estabilidade fiscal”. 

    Para ele, perspectivas de melhora no desempenho da atividade econômica do Brasil e também da trajetória da dívida bruta beneficiaram à visão estrangeira sobre o país. “Então, nesse movimento de reprecificação de fluxos mundiais, o Brasil se saiu melhor e por isso que mais recentemente tem tido fluxos maiores que tem impacto, obviamente, na trajetória do câmbio”, explicou. 

    Ainda segundo ele, outra influência positiva nesse sentido podem ter sido notícias sobre o avanço na tramitação de reformas estruturais no Congresso Nacional. 

    O chefe da autoridade monetária ainda reforçou que a dinâmica do câmbio é flutuante. “De forma geral, esses fluxos são observados pelo BC, mas o importante nessa trajetória é o que isso se traduz em termos de inflação e expectativa de inflação”, completou.

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