Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Calamidade seria cheque em branco e derrubaria o Brasil, diz Guedes

    No ano passado, o decreto de Estado de Calamidade permitiu que o governo descumprisse a meta fiscal e aumentasse os gastos públicos para combater a pandemia

    O ministro da Economia, Paulo Guedes
    O ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

    Anna Russi , do CNN Brasil Business, em Brasília

     

    O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que “apertar o botão” para decretar o novo Estado de Calamidade novamente no Brasil derrubaria o país. 

    “Não tem nada disso. Estamos na cauda da pandemia e se tiver que gastar 0,5% ou 1% do PIB com Pronampe e BEM, não é isso que vai derrubar o Brasil. O que vai derrubar o Brasil é um cheque em branco para gastar 4%, 5%, 8% do PIB de novo. Isso acaba com o país”, disse em participação no “Brazil Investment Forum”, promovido pelo Bradesco. 

     

    No ano passado, o decreto de Estado de Calamidade permitiu que o governo descumprisse a meta fiscal e aumentasse os gastos públicos para combater a pandemia de Covid-19. Assim, as contas públicas registraram déficit recorde de R$ 749 bilhões. Desse total, mais de R$ 500 bilhões foram despesas relacionadas à crise sanitária e econômica. 

    Segundo o ministro, como o salário dos servidores já está congelado até o fim de 2021, o protocolo de calamidade trazido pela PEC Emergencial não serve para a cauda da crise já em andamento. 

    “A gente segurou por dois anos o salário dos servidores, o ganho já está aí. Se eu apertar agora estou apenas liberando gastos indefinidamente, sem ganhar nada”, explicou ao destacar que a aprovação da PEC emergencial foi pensada para crises futuras. 

    O ministro ainda comentou sobre o impasse no Orçamento de 2021, que teve “excessos” no volume de emendas aprovadas, e disse acreditar que um acordo sairá em breve, sinalizando a aliança da centro-direita do Congresso com o governo federal. 

    “O desafio é como reconduzir (acordos políticos) para caber no Orçamento. Não há dúvidas sobre o que tem que ser feito. O problema é como fazer. […] Quero crer que no Orçamento vai prevalecer esse sinal de aliança”, completou. 

    Ao defender a vacinação em massa, Guedes também garantiu que “não vai faltar recurso para a saúde”. De acordo com ele, dos R$ 20 bilhões destinados à compra de vacinas, nem metade foi executado. “Já há um pedido de aumento desse número, inclusive”, observou. 

    Guedes acredita que em três ou quatro meses, o Brasil terá garantido a imunização para todos os brasileiros cima dos 50 anos.