Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Cacau Show tem pandemia menos amarga com aumento de franquias e vendas online

    Com 150 aberturas programadas e 49 unidades fechadas, o saldo será positivo em 101 lojas para uma das maiores franquias do país

    Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Mesmo em um ano considerado perdido por muitas empresas, a Cacau Show passa tranquila pela crise. Pelo menos é o que garante Alê Costa, CEO e fundador da varejista. Ele foi participou do Panorama CNN Brasil Business. Na entrevista, ele disse que a pandemia não causou grandes impactos na rede. E o plano de expansão continua a pleno vapor.

    Em 2020, serão 150 novas franquias, 60% delas serão abertas por franqueados que já fazem parte do quadro da rede, e o restante terá novos investidores.

    Segundo Costa, trata-se de um movimento que vai totalmente na contramão do que aconteceu nos anos anteriores. Ou seja, os franqueados estão bem confiantes com a retomada.

    Não por acaso, com 150 aberturas programadas e 49 unidades fechadas, o saldo da Cacau Show será bem positivo em 2020.

    Loja Cacau Show; varejo
    Loja da Cacau Show: rede deve fechar o ano com a abertura de 150 lojas
    Foto: Divulgação/Cacau Show

    E em um período de pandemia, esse dado chama a atenção. Afinal, com o aumento do número de desempregados no país e o consumo em baixa, esse crescimento pode até ser considerado uma surpresa. Então, qual foi o segredo da Cacau Show para ter esses resultados?

    “Não fizemos absolutamente nada, a não ser o que sempre fizemos, que é conversar com as pessoas e propor um modelo de negócio”, disse. 

    Leia também:
    Para fugir das taxas do iFood e Rappi, restaurantes investem no próprio delivery
    Magalu, Carrefour e Cacau Show: as varejistas mais admiradas do Brasil

    Os números positivos de abertura de unidades chamam atenção, mas não mostram, sozinhos, como a Cacau Show atravessa o momento de crise. Antes da pandemia, a rede previa crescimento de 15% no faturamento na comparação com 2019. 

    Mas, agora, Alê diz evitar previsões sobre crescimento – ou retração – para 2020 porque a pandemia deixa o cenário instável demais.

    O CEO da Cacau Show se limitou a dizer que a empresa está passando pela pandemia sem tomar dinheiro emprestado e “sem um grande volume de demissões”.

    Ele garantiu que a empresa continua investindo e contou que, pouco antes da entrevista, havia fechado um investimento de R$ 20 milhões para adquirir equipamentos para produção de chocolates. 

    Mas o impacto no caixa da empresa será inevitável. Além disso, a companhia deu R$ 50 milhões em descontos sobre as vendas para os franqueados, como uma forma de apoio para o período complicado. Desta maneira, o impacto será mais sentido na indústria da Cacau Show do que, de fato, no varejo. 

    Boom digital

    A entrada da Cacau Show na pandemia foi complicada. A venda de chocolates não é considerada um serviço essencial e, de uma hora para outra, os únicos canais de contato da empresa com seus clientes – as lojas físicas – precisaram ser fechados. 

    Nos supermercados, os chocolates ainda eram vendidos, mas apenas lá. As lojas especializadas, como a Cacau Show e seus concorrentes, precisaram correr para encontrar uma forma de fazer seus produtos chegarem aos consumidores. 

    Aí, o digital ganhou um peso enorme na companhia: “em semanas, saímos de 200 pedidos por dia (via internet) até um pico de 60 mil pedidos em um dia na semana de Páscoa”, conta Alê.

    O empresário conta que “o projeto para internet era para um ou dois anos”, mas foi acelerado e posto em prática em algumas semanas. 

    Leia também:
    Franquias: com o consumo em baixa, vale a pena abrir um negócio na pandemia?

    Com a aceleração do projeto de digitalização, a marca de chocolates passou a entregar os seus produtos na casa do consumidor através de um canal próprio para as entregas e ainda uma parceria com o iFood. Na Páscoa, data mais importante do ano para a empresa, a Cacau Show conseguiu vender 90% dos chocolates que produziu. 

    “Já tínhamos um movimento (de digitalização) encaminhado, o que fizemos foi colocar velocidade. Temos como princípio fazer tudo com nossos recursos, em vez de trazer as pessoas de fora”, disse Alê. 

    Com isso, o online teve um boom dentro da Cacau Show. De janeiro a setembro de 2019 a rede atendeu a 8.085 feitos pela internet. No mesmo período em 2020, foram 244.764 – alta de mais de 3000%.

    Depois de chegar à casa do consumidor, o próximo passo é chegar mais rápido. “Estamos nos organizando para que cada loja seja um hub, o que é uma vantagem inacreditável, porque pouquíssimas empresas têm 2.350 pontos de distribuição”. 

    Assim, a Cacau Show segue a estratégia das principais redes de varejo do país, que estão transformando suas lojas em mini centros de distribuição. Para a empresa de Alê Costa, isto não parece muito complicado: “é só uma questão de organização, de (escolher) os momentos do dia que fazemos isso e layout de estoque; nada muito complexo”. 

    Clique aqui para acessar a página do CNN Business no Facebook