Brasil voltou a ultrapassar a marca de 65 milhões de inadimplentes
Serasa aponta desemprego e alta de juros entre as principais causas
O endividamento de consumidores brasileiros – já em situação de inadimplência – cresceu 0,54% em fevereiro, segundo a Serasa. O valor médio da dívida de cada brasileiro chegou a R$ 4.042,08.
A maior parte destas contas vêm dos gastos com cartões de crédito, que representam 28,60% das dívidas de fevereiro. Em seguida, estão os débitos de utilities (contas básicas como água, gás e energia) com uma pequena queda do montante, ficando em 23,20%, contra 23,70% em janeiro.
Com isso, o Brasil voltou a ultrapassar a marca de 65 milhões de inadimplentes, assim como abril de 2020, no auge da pandemia. A soma de todas as dívidas cresceu 1,03% em relação a janeiro, atingindo o total de R$ 263 bilhões.
Para a gerente de parceria da Serasa, Flávia Cosma, o impacto da pandemia no mercado de trabalhou contribuiu para este cenário.
“Temos um número alto de pessoas desempregadas e isso afetou muito a vida dos brasileiros, porque diversas famílias ainda têm uma pessoa desempregada, e isso acaba reduzindo a renda familiar, de forma muito impactante.”
Outro ponto destacado pela gerente foi a sequência das altas taxa de juros, que encarece a vida do brasileiro, ainda mais aqueles que não conseguiram restabelecer a renda comparado aos níveis pré-pandemia.
Entre os principais gastos estão as contas de varejo, que seguem em terceiro lugar e apresentam leve crescimento, passando de 12,40% (janeiro) para 12,50% (fevereiro). Entre os inadimplentes, o maior número está na faixa etária dos 26 a 40 anos (35,3%), seguida pela de 41 a 60 anos (34,9%). Os homens (50,2%) devem mais do que as mulheres (49,8%).