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    Brasil tem moedas feitas na Holanda; saiba quanto custa fabricar o dinheiro

    Em 2019, a Royal Dutch Mint, a casa da moeda da Holanda, foi contratada para produzir um lote de moedas de 5 e de 50 centavos

    Foto: Reprodução

    Do CNN Brasil Business

     

    Fabricar cédulas e moedas de real ficou mais barato nos últimos anos. O custo médio, que vinha subindo desde 2016, baixou a partir de 2018. Por exemplo, uma moeda de 5 centavos. Em 2016, ela custava R$ 0,28 para ser fabricada. Em 2018, esse valor baixou para R$ 0,20. Em 2019, baixou de novo, para R$ 0,14. Os dados são do Banco Central.

    Uma das explicações para a economia na produção foi a contratação, em 2019, da Royal Dutch Mint, a casa da moeda da Holanda, para produzir um lote de moedas de 5 e de 50 centavos. Cerca de 30% das moedas de 5 centavos produzidas em 2019 (cerca 97,2 milhões de unidades) e cerca de 25% das moedas de 50 centavos (cerca de 47,2 milhões de unidades) foram fabricadas na Holanda.

    O objetivo inicial do governo era contratar a fabricação das moedas de todos os valores, porém não houve interessados no mercado, especialmente devido à dificuldade de encontrar os metais para a produção das moedas de 10 e 25 centavos e a de R$ 1. Dessa forma, essas moedas continuaram sendo fabricadas pela Casa da Moeda do Brasil.

    A produção de cédulas e moedas, mesmo quando feita no Brasil, pela Casa da Moeda, usa recursos e matérias-primas nacionais e importadas, e há variações de preços no país e no exterior, segundo o BC. Também segundo o BC, a variação nos preços tem como causa principal a quantidade produzida –quando fabrica quantidades maiores, consegue comprar matérias-primas por menos, e o preço médio fica mais baixo.

    Hoje, apenas as moedas de 5, 10 e 25 centavos custam mais caro para serem produzidas do que o seu valor de face. 

     

    Como identificar moedas feitas na Holanda

    Para identificar as moedas produzidas na Holanda, o governo estipulou que fosse estampado a letra Ao lado esquerdo do ano “2019”. Portanto, quem encontrar uma moeda deste ano com a letra, não estranhe. Significa que ela foi produzida fora do Brasil.

    Esta não é a primeira vez que o governo contrata empresas estrangeiras para produzir o real. Em 2017, a sueca Crane AB fabricou 100 milhões de cédulas de R$ 2. Para identificar essas cédulas, em vez do nome do Banco Central do Brasil escrito no verso da nota, aparece escrito Crane AB. Outra maneira de identificá-las é olhar o número de série dessas cédulas, que sempre começa com o código “DZ”. 

    Total em circulação

    No Brasil, segundo dados do BC, estão em circulação cerca de 6,438 milhões de cédulas de real. A nota de R$ 50 é a que tem mais unidades em circulação: no total de 1,934 milhão.

    A quantidade de moedas é de 26,745 milhões de unidades. A de R$ 0,10 é a que tem mais unidades em circulação, com 7,092 milhões de unidades.

    Ainda segundo o Banco Central, entre 2011 e 2012, as cédulas de R$ 2, R$ 5 e R$ 10 tinham uma duração média de 14 meses. As notas de R$ 20, em torno de 16 meses, e as de R$ 50 e R$ 100, em torno de 36 meses. Não há dados sobre a duração média da nota de R$ 200.

    A Casa da Moeda responde:

    Casa da moeda diz que “a redução do custo médio de cédulas e moedas desde 2016 decorreu predominantemente de ganhos de eficiência na Casa da Moeda do Brasil, que forneceu de forma total ou majoritária as taxas de cédulas e moedas no período, não de fornecimentos casuais por fornecedor estrangeiro”.

    Diz ainda que, apesar de a licitação ter abrangido todas as taxas de moedas, houve interessados estrangeiros para apenas duas taxas. “Essa é uma das principais razões para todas as quinze maiores economias terem casas da moeda estatais: grandes países não vinculam a emissão de suas moedas ao interesse do mercado em fabricá-las”, diz por meio de nota.

    A Casa da Moeda ressalta que, em 2020, “viabilizou em tempo recorde a finalização do projeto e a produção da nova cédula de R$ 200 para assegurar o auxílio emergencial aos mais necessitados, além de produzir integralmente as demandas adicionais do Banco Central, enquanto as casas de moeda estrangeiras priorizavam seus próprios países”.

    “A Royal Dutch Mint, citada na matéria, é a produtora exclusiva das moedas de seu país, a Holanda. Sua capacidade excedente é vendida a custos marginais a países que sujeitam a emissão ao interesse comercial privado. A Casa da Moeda do Brasil sempre terá o compromisso em manter a autossuficiência nacional, assumindo os custos relacionados a essa opção”.

    (Publicado por Maria Carolina Abe)