Brasil registra aumento de MEIs na pandemia
O aumento está relacionado ao desemprego e à redução de salários por causa da pandemia do novo coronavírus
Entre março e setembro deste ano, o Brasil registrou 985,891 novos cadastros de Microempreendedor Individual, também conhecido como MEI. O aumento foi de 11,2% na comparação com o mesmo período do ano passado e está relacionado ao desemprego e à redução de salários por causa da pandemia do novo coronavírus.
Atualmente, podem se cadastrar como MEI 466 atividades, como cabelereiro, manicure, fotógrafo e eletricista, entre outros.
Leia também:
Pnad Covid: taxa de desemprego é a mais elevada desde início da pesquisa em maio
Magalu não é o único: Bayer abre trainee para profissionais negros
O salão que o cabelereiro Emanuel Baumgartner trabalhava fechou durante a pandemia. Ele já era um microempreendedor e decidiu solicitar uma alteração do cadastro para atuar no ramo de vestuário. “Eu me vi sem saída e então uni o útil ao agradável. Como eu já desenhava e queria ter uma marca de roupas decidi ter uma loja virtual com vários produtos”, contou ele, que não teve custo para fazer a alteração.
O Emanuel também tem uma loja física em uma galeria no centro de SP. Por lá o movimento melhorou desde que os restaurantes da região reabriram e as pessoas voltaram a circular pelas ruas.
Para ser MEI é necessário que o empresário siga algumas regras. A primeira delas é ter faturamento até R$ 81 mil por ano. Também não pode participar como sócio, administrador ou titular de outra empresa.
E, por último, pode contratar no máximo um funcionário que receba um salário mínimo ou piso salarial da categoria profissional. O microempreendedor individual não paga tributos federais, somente os impostos estaduais e municipais que têm um baixo custo.
A taxa de desemprego no Brasil aumentou de 13,2% na terceira semana de agosto para 14,3% na quarta semana do mês, segundo o IBGE. O resultado foi o mais elevado desde que a pesquisa teve início, em maio deste ano.
Em apenas uma semana, cresceu o número de pessoas buscando emprego, enquanto diminuiu o total de trabalhadores ocupados.
A população desempregada foi estimada em 13,7 milhões de pessoas na quarta semana de agosto, cerca de 1,1 milhão a mais que o registrado na terceira semana do mês, quando essa população totalizava 12,6 milhões.