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    BR Distribuidora suspende a venda de combustível para aviões pequenos

    O motivo foi o fato de ter detectado na substância um parâmetro fora dos limites de especificação

    Stéfano Salles, da CNN, no Rio de Janeiro

    A BR Distribuidora anunciou nesta quarta-feira que suspendeu preventivamente a comercialização de gasolina de aviação (AVGAs) para seus clientes e revendedores. O motivo foi o fato de ter detectado na substância um parâmetro fora dos indicadores mínimos de especificação.

    Esse combustível é utilizado por aeronaves de pequeno porte e não impacta a aviação comercial, que utiliza querosene de aviação (QAV). A informação foi repassada em um comunicado ao mercado, assinado pelo diretor executivo de finanças, compras e relações internacionais, André Corrêa Natal.

    A empresa informou que está “iniciando as ações para recolhimento do produto comercializado, devolução do lote armazenado e recebimento de novos lotes, e recomendou aos seus clientes diretos e revendedores que adotem as mesmas providencias, de modo a restabelecer o abastecimento no menor tempo possível”.

    Informou ainda que colabora com o levantamento feito pelo fornecedor para detectar a origem do problema e que os órgãos reguladores foram comunicados do ocorrido, mas não disse qual foi exatamente o problema encontrado.

    Segundo a Petrobras, o problema ocorreu em um lote de dois mil metros cúbicos de gasolina de aviação, produzido em janeiro, na Refinaria de Presidente Bernardes, em Cubatão-SP. De acordo com a estatal, o produto atendeu a todos os parâmetros de especificação nos primeiros testes, quando foi comercializado. Mas novas análises apontaram resultados diferentes no inicio de fevereiro. 

    A empresa promete reabastecer o mercado com o produto a partir do dia oito de fevereiro, quando estará pronto um novo lote produzido na unidade de Cubatão. 

    Agências reguladoras

    Após receber o comunicado, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) enviou um alerta para as empresas do setor aéreo, no qual diz que as alterações no combustível de aviação poderão causar degradação de componentes no sistema de abastecimento das aeronaves.

    A Anac diz ainda acompanhar de perto o processo de avaliação de qualidade do combustível, feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), “responsável pela fiscalização da distribuição, qualidade da composição e demais atividades do combustível no Brasil”, para compreender “o nível de alteração no combustível e qual o impacto dessa possível irregularidade”.

    A agência ainda orientou aos operadores aéreos que, caso haja histórico ou evidências de contaminação, que busquem uma oficina de manutenção aeronáutica credenciada para avaliação detalhada. Recomendou ainda que interrompam o abastecimento das aeronaves com o combustível e que comunique à agência os casos identificados.

    A partir desses relatos e da avaliação feita pela ANP, a Anac disse que poderá avaliar os potenciais impactos na aviação geral. “Se houver confirmação de contaminação que comprometa de imediato a operação das aeronaves, a Anac atuará imediatamente em prol da segurança da aviação, podendo, inclusive, recorrer a medidas cautelares e emergenciais”.

    A BR Distribuidora foi subsidiária da Petrobras até julho de 2019, quando foi privatizada. A empresa fundada em 1971 e tem sede no Rio de Janeiro. A companhia teve lucro líquido de R$ 335 milhões no terceiro trimestre de 2020. Uma queda de 74,9% em relação ao mesmo período de 2019, mas um aumento de 78,2% em relação ao segundo trimestre de 2020, quando o setor enfrentou seu momento mais delicado por causa do início da pandemia de Covid-19.

    Avião de pequeno porte no céu
    Foto: Paul Gilmore / Unsplash