Bolsonaro diz que auxílio é ‘quebra-galho’ e que não pode desequilibrar economia
O presidente voltou, ainda, a criticar as medidas de isolamento social e enfatizou que o vírus deve ser combatido junto ao desemprego
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse durante sua live semanal, nesta quinta-feira (1º), que o auxílio emergencial é um ‘quebra-galho’ e afirmou que não podemos desequilibrar a economia.
“A gente sabe que o recurso é pequeno, ninguém está negando isso. É o que o governo pode fazer, nós não podemos desequilibrar a nossa economia”, ressaltou.
Bolsonaro voltou, ainda, a criticar as medidas de isolamento social e enfatizou que o vírus deve ser combatido junto ao desemprego. “Nós sabemos que a inflação da cesta básica foi bem maior que a inflação normal do ano passado. Isso vem de consequência do ‘fica em casa e a economia a gente vê depois’”.
Com o objetivo de mitigar os impactos econômicos causados pela pandemia de Covid-19, o Governo Federal criou, em abril de 2020, o auxílio emergencial que previa o repasse de R$ 600 a trabalhadores informais e de baixa renda, microempreendedores individuais e contribuintes individuais do Instituto Nacional do Seguro Social.
No início, eram previstas três parcelas de R$ 600 reais, podendo chegar a R$ 1.200 em algumas ocasiões. Em julho, no entanto, a quarta e a quinta parcela também foram autorizadas. Já em setembro, o governo anunciou o repasse de mais quatro parcelas no valor de R$ 300 até o fim de 2020.
Nesta quarta-feira (31), o Governo Federal anunciou a nova rodada de pagamento do auxílio emergencial. Ao todo, serão pagas quatro parcelas de R$ 250, com duas exceções: mulheres chefes de família receberão R$ 375 e famílias compostas por uma única pessoa, R$ 150.
Leitos de UTI
Apesar do colapso no sistema hospitalar em quase todos os estados do país, o presidente negou que estejam faltando leitos de UTI.
“As informações que nós temos pelo Brasil todo é que não tem faltado leito de UTI. Chega em 95%, 90%, mas não tem faltado leito de UTI. E se estiver faltando, [é porque] está faltando planejamento por parte dos interessados. Porque o governo não mede esforços para liberar leitos de UTI”, disse.
Apesar da fala do presidente, diversos estados tiveram de entrar com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Justiça fizesse com que o Ministério da Saúde liberasse verbas para reabrir leitos fechados. Além dos leitos, há também falta de insumos, medicamentos para pacientes em UTI e oxigênio.
Só no estado de São Paulo, pelo menos 249 pessoas já morreram enquanto aguardavam vaga em leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) para tratamento da Covid-19. A maioria dos pacientes estava internada na rede pública e solicitou, via Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross), a transferência para leitos de alta complexidade, mas morreu antes que uma vaga fosse liberada.
No ínicio de março deste ano, hospitais de alguns estados registravam ocupação de 100% de leitos de UTI. Em alguns casos, leitos de enfermaria tiveram de ser cedidos a pacientes com Covid-19, fazendo com o que o número passasse de 100%. A contagem pode passar dos 100% também quando pacientes graves estão nos prontos-socorros dos hospitais a espera de um leito, mesmo sem estarem entubados ou respirando com ajuda mecânica.
Troca nas Forças Armadas
Ainda durante a live, Bolsonaro elogiou o ex-ministro da Casa Civil e atual ministro da Defesa, General Braga Netto, e agradeceu os três comandantes das Forças Armadas, que deixaram o cargo nesta semana: Edson Pujol, do Exército, Ilques Barbosa Junior, da Marinha, e Antonio Carlos Moretti Bermudez, da Aeronáutica.
“[Braga Netto] ficou 45 anos no Exército na ativa do Rio de Janeiro. Foi chefe da intervenção no Rio de Janeiro. Fez um excelente trabalho, equipou a polícia militar. É um general da linha de frente, estava na Casa Civil, estava fazendo um trabalho excelente. Eu só tenho que agradecer aos três comandantes que foram excepcionais para comigo nesses dois anos”, afirmou.