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    Bolsa alcança recorde de 3 milhões de CPFs cadastrados, alta de 82% ante 2019

    Trata-se do segundo maior avanço anual, perdendo apenas para o período de 2006 a 2007, quando o total de contas mais que dobrou

    Natália Flach*, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Os pequenos investidores estão ganhando cada vez mais espaço na Bolsa. Em setembro, o número de CPFs cadastrados na B3 ultrapassou a marca histórica de 3 milhões. A corrida por investimentos em ações é reflexo, entre outras coisas, do baixo retorno da renda fixa, provocado pela Selic que está no patamar mais baixo de todos os tempos.

    As 3.065.775 de contas de pessoas físicas representam um avanço de 82% em relação ao número do fim de 2019. Trata-se do segundo maior avanço anual, perdendo apenas para o período de 2006 a 2007, quando o total de contas mais que dobrou.

    Já os estrangeiros continuaram retirando dinheiro da Bolsa. De acordo com dados divulgados pela B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, o saldo negativo no ano até o dia 29 de setembro soma R$ 88,2 bilhões. O valor representa o dobro do registrado em todo o ano passado, quando os estrangeiros levaram de volta para casa R$ 44,5 bilhões.

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    Investidora
    Investidora acompanha índices do mercado de ações global
    Foto: William Iven/Unsplash

    Para Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável e derivativos do BTG Pactual Digital, uma fuga de recursos desse porte não está atrelada a um único motivo. “O primeiro viés está ligado ao risco de imagem: a questão ambiental combinada a ruídos no âmbito político”, diz ele. “O segundo ponto é a parte de risco fiscal, que tem sofrido uma degradação significativa e corrobora à tese da cautela dos estrangeiros com relação ao Brasil.”

    O fator mais significativo, no entanto, segundo Zanlorenzi, é a aversão ao risco global. “Os investidores estão menos dispostos a colocar o pé para fora de seu território, diante de tanta instabilidade (pandemia, eleições nos EUA, etc)”, afirma.

    Na avaliação de Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, setembro foi marcado pelo aumento da volatilidade e de aversão ao risco. No entanto, depois de um agosto ruim, ele afirma que a Bolsa brasileira continua atraente. “Temos bons fundamentos e ativos baratos, nossos bancos são bem administrados”, diz. “Mas as questões políticas pesam e essa volatilidade deve continuar ao longo de outubro. Aliado a isso, as eleições norte-americanas ainda não estão totalmente precificadas e isso deve pesar nos mercados”, afirmou.

    Como efeito dessa saída de recursos, as empresas que estavam buscando recursos em ofertas iniciais de ações terão mais dificuldade, segundo José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. Para ele, diante das incertezas sobre o ritmo da recuperação da economia global e da instabilidade política no País, será mais fácil fazer caixa por meio de endividamento, mas em um ambiente no qual as taxas de juros mais longas não serão tão interessantes.

    Com Estadão Conteúdo

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