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    Banco Central eleva a 4,6% a projeção para o crescimento do PIB em 2021

    O resultado foi melhor que o esperado no primeiro trimestre do ano e os indicadores disponíveis para o trimestre corrente

    Isabel Versiani e Gabriel Ponte , da Reuters

    O Banco Central elevou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021 para 4,6%, ante 3,6% estimados em março, citando o resultado melhor do que o esperado no primeiro trimestre do ano e os indicadores disponíveis para o trimestre corrente.

    “Adicionalmente, recuperação parcial da confiança dos agentes econômicos, medidas de preservação do emprego e da renda, prognóstico de avanço da campanha de vacinação, elevados preços de commodities e efeitos defasados do estímulo monetário indicam perspectivas favoráveis para a economia”, afirmou o BC em seu mais recente Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira (24).

    O BC frisou, contudo, que o ritmo de crescimento ainda enfrenta bastante incerteza e destacou como principais riscos a disseminação de novas variantes do coronavírus, custos elevados em algumas cadeias produtivas e eventuais implicações das crise hídrica.

    A revisão da projeção para o PIB foi determinada principalmente pela melhora dos prognósticos para o setor de serviços, cujo crescimento é estimado agora em 3,8%, ante 2,8% em março. As estimativas para o desempenho da agropecuária e da indústria sofreram ajustes menores –respectivamente de +2% para +2,5% e de +6,4% para +6,6%.

    Do ponto de vista da demanda, houve alta na previsão para o consumo das famílias, de 3,5% para 4,0%, e para a formação bruta de capital fixo (FBCF, uma medida de investimento), de 5,1% para 8,1%. Os ajustes, segundo o BC, repercutiram elevação do carregamento estatístico após os resultados do primeiro trimestre.

    A nova projeção do BC para o PIB segue abaixo da estimativa do mercado de crescimento de 5%, segundo a mais recente pesquisa Focus feita com analistas econômicos.

    Sobre a política monetária, o BC repetiu no documento as considerações feitas em sua reunião do Copom da semana passada, quando a taxa Selic foi elevada em 0,75 ponto percentual, para 4,25%. O texto reitera que, para a próxima reunião, o Copom antevê outra alta de 0,75 ponto percentual, mas que uma deterioração das expectativas de inflação pode exigir um aperto maior.

    Crédito no país

    O Banco Central (BC) projetou um crescimento do crédito no país de 11,1% este ano, ante projeção de 8,0% feita em março, conforme dados do seu Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira.

    Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 13,5% em 2021, contra expectativa anterior de 11,5%. Para as empresas, a alta foi calculada em 8,0%, ante 3,4% no último relatório.

    Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projetou uma expansão de 13,5%, ante 11,1% nas suas estimativas realizadas em março.

    Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva passa a ser de alta de 7,7% (+3,7% antes).

    Transações correntes

    O Banco Central (BC) passou a projetar uma superávit nas transações correntes do país em 2021 de 3 bilhões de dólares, o equivalente a 0,2% do PIB, mostrou Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira.

    A projeção anterior, de março, era de um superávit de 2 bilhões de dólares. A revisão manteve a estimativa para o saldo da balança comercial em 70 bilhões de dólares.

    Segundo o BC, espera-se maior contribuição do componente de participação no capital, que deve refletir aceleração dos lucros e o melhor desempenho da economia, contrabalançado por entradas líquidas menores de empréstimos intercompanhia.

    A projeção para o investimento estrangeiro direto no país foi mantida em 60 bilhões de dólares para o ano.

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