Banco central argentino avalia adoção de criptomoedas, diz presidente do país

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, afirmou que o governo está tendo uma “enorme discussão” sobre as criptomoedas. Durante uma entrevista concedida nesta semana, ele fez elogios e críticas aos ativos digitais e diz que não descarta uma possível adoção pelo país.

“Confesso que é um tema de cuidado”, disse o presidente ao site Filo.news, na quarta-feira (11). Fernández destacou que a discussão sobre as criptomoedas está sendo feita no banco central argentino, e também em nível mundial.

“No meu caso, [o cuidado é] pelo que eu desconheço, e eu não entendo como se materializa a fortuna. Essa dúvida que tenho, muitas pessoas têm no mundo, por isso o sistema ainda não se expandiu tanto”, afirmou.

Apesar disso, Fernández disse que “é um tema a se considerar, porque há 50 anos ninguém pensaria que o YouTube seria o que é”. O presidente observou que as criptomoedas seriam quase livres do efeito da inflação e conteriam o risco inflacionário, o que na visão dele seria “a maior vantagem” para a Argentina. O país possui um dos maiores índices inflacionários da América Latina e enfrenta uma crise econômica.

“Também é certo que gera uma incerteza, porque já foram identificados golpes e falhas em algumas etapas na utilização de criptomoedas”, ponderou o presidente. Perguntado sobre a possibilidade de a Argentina criar uma moeda digital ou adotar os criptoativos como moeda legal do país, ele respondeu que “tudo é possível”.

Em junho deste ano, o El Salvador, localizado na América Central, se tornou o primeiro país do mundo a adotar o bitcoin como moeda legal. Com isso, a criptomoeda passou a ser aceita pelas empresas como pagamento por bens e serviços. As contribuições fiscais também podem ser pagas na criptomoeda.

O presidente do país, Nayib Bukele, elogiou o bitcoin e o seu potencial de ajudar os salvadorenhos que vivem no exterior a enviar remessas de dinheiro de volta para casa. Ele destacou, porém, que o dólar americano também continuará como moeda legal.

*Sob supervisão de Ligia Tuon